P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Embora ocupe apenas o 11º lugar na Bundesliga e tenha agora sido afastado da Taça da Alemanha por uma equipa do terceiro escalão, o Bayer Leverkusen continua a ser um espaço privilegiado para o lançamento de jovens, num país que vai tirando proveito do dia em que percebeu que a organização é a base que liberta o talento.

Benjamim Henrichs continua a conquistar o seu espaço, como aposta frequente para lateral, mas nas últimas semanas o técnico Roger Schmidt lançou mais um talento. Utilizado nos minutos finais da visita  a Bremen, a 15 de outubro, Kai Havertz tornou-se mesmo o mais jovem de sempre a representar o Bayer na Bundesliga (17 anos e 126 dias).

«Ele pareceu totalmente tranquilo. É um jogador que consegue encontrar soluções em espaços reduzidos. Foi uma boa estreia», disse então Roger Schmidt, que entretanto o utilizou também na passada quarta-feira, na tal eliminação da Taça, frente ao Sportfreuden Lotte.

Jogador dos «farmacêuticos» desde 2010, Kai Havertz é, pegando na dica do treinador, uma espécie de remédio para a claustrofobia. Um médio sem medo de ter a bola, por mais reduzido que seja o espaço. Com um pé esquerdo virtuoso, capaz de definir rapidamente e rasgar linhas defensivas, com recurso ao passe ou em condução.

É esta capacidade para decidir no aperto que faz com Havertz seja mais útil no corredor central, ainda que seja competente também a jogar como falso ala. No Europeu de sub-17 deste ano, por exemplo, jogou preferencialmente como interior direito, sempre a «incentivar» a equipa a jogar por dentro.

A seleção alemã ficou pelas meias-finais, numa competição vencida por Portugal, mas Havertz deixou boas indicações. No regresso a casa ainda ajudou o Bayer Leverkusen a sagrar-se campeão de sub-17, título para o qual contribuiu com 19 golos, um dos quais na final, com o Borussia Dortmund.

[foto do artigo: DFB]