P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Arne Maier tem apenas 20 anos, mas já é titular indiscutível do Hertha de Berlim há cerca de um ano e meio. E a prova disso é que no passado fim de semana, na visita ao Friburgo, foi… suplente.

Não julgue que isto é um contrassenso, é antes uma novidade: foi a primeira vez que tal aconteceu esta época, na qual o jovem médio soma 24 jogos. Esta foi a forma encontrada pelo treinador do Hertha para “despertar” o pupilo. Pal Dárdai deixou reparos aos erros de Maier, assim como a alguma falta de agressividade nos últimos jogos, mas é provável que o médio recupere o seu lugar rapidamente, até porque no passado sábado acabou por entrar logo ao intervalo.

Nascido em Ludwigsfelde, nos arredores de Berlim, Arne começou a jogar no clube local, mas em 2007 mudou-se para o Hertha, depois de ter sido descoberto pelo “olheiro” Wolfgang Damm.

Durante alguns anos sofreu com um problema de obliquidade pélvica, mas ultrapassado esse problema começou a afirmar-se como um dos maiores talentos germânicos. Em 2016 recebeu a medalha Fritz Walter de bronze, de terceiro melhor jogador alemão do ano no escalão sub-17, e no ano passado foi distinguido com a medalha de prata da categoria sub-19.

Lançado na equipa principal do Hertha por Dardai, a 13 de maio de 2017, numa vitória no Darmstadt (0-2), Maier está prestes a chegar à meia centena de jogos pelo clube (40 dos quais na Bundesliga).

Neste contexto tem jogado quase exclusivamente como «6», um médio mais posicional num sistema de 3x4x1x2 ou 4x2x3x1, com limitada influência ofensiva, mas Maier já mostrou – nomeadamente nas seleções – que tem capacidade para assumir uma área de influência mais alargada.

Pode jogar como «8», mesmo mantendo-se o duplo pivot, ou mesmo como médio interior em 4x3x3. O internacional sub-21 alemão tem qualidade de passe e pulmão para funcionar como um box to box, a aparecer perto da área contrária, onde assume influência tanto a criar situações de finalização como na reação imediata à perda de bola.