P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.  

A pré-convocatória da seleção brasileira para o Mundial sub-20 destaca-se sobretudo pelas ausências (Gabrel, do Santos, ou Gerso, do Flamengo), mas vale a pena fixar o nome de algumas das novidades que o técnico Alexandre Gallo reservou para atacar o título. Desde logo Andreas Pereira, um perfeito desconhecido no Brasil, já que não nasceu no país e nunca lá jogou.

O médio de 19 anos nasceu na Bélgica, onde o pai Marcos Pereira fez carreira de avançado em clubes como o Lierse, Malines ou Antuérpia. Ou no Lommel, onde Andreas Pereira começou a jogar.
 


Aos 9 anos o médio atravessou a fronteira e mudou-se para o PSV Eindhoven, onde esteve seis temporadas. Depois surgiu o Manchester United, que o convidou para uma visita que incluiu uma conversa com Sir Alex Ferguson, que acabou por pesar na decisão de assinar pelos «red devils». Isto em 2011.

No início da presente temporada foi promovido à equipa principal, embora competindo pela equipa de sub-21, mas Louis van Gaal promoveu a sua estreia logo no final de agosto, no jogo da Taça da Liga com o MK Dons.

No passado mês de março fez (finalmente) a estreia na Premier League, ao entrar ao minuto 77 da vitória caseira sobre o Tottenham.

Andreas Pereira tem sido presença regular no banco dos «red devils», nos últimos jogos, e agora mereceu a confiança de Alexandre Gallo para integrar a pré-convocatória para o Mundial da Nova Zelândia.

O médio chegou a representar a Bélgica (sub-15, sub-16 e sub-17), mas após uma visita de Gallo a Manchester optou pela seleção brasileira. Esteve na Panda Cup, em 2014, e agora é um dos trunfos para o Mundial.
 



O ídolo de Andreas Pereira é Cristiano Ronaldo, que deixou muitas saudades em Manchester, mas ainda que possa jogar nas alas, ou até a «8», o internacional sub-20 brasileiro é sobretudo um «10».

Os genes brasileiros estão lá, sobretudo na criatividade, na qualidade técnica. Mas o médio tem também influências de um futebol belga em claro crescimento, de uma formação conceituada como a holandesa, e de um ambiente exigente como o inglês.

E esta mistura rara pode revelar-se muito importante para a seleção brasileira.