P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.

Para dizer a verdade, o interesse começou no nome.

Artigos da imprensa sul-americana (e não só) referiam um F. Redondo a dar nas vistas nas camadas jovens do Argentinos Juniors. «El Principe» tinha um descendente a crescer no clube onde foi formado.

Era preciso tentar saber mais, conhecê-lo melhor, e a base para a análise foram os jogos da Liga Reserva.

Federico nasceu a 18 de janeiro de 2003, quando o pai fazia a penúltima época da carreira, ao serviço do Milan, depois de seis anos a encantar no Real Madrid, que o tinha recrutado ao Tenerife.

A ligação ao futebol do filho mais novo de Fernando era quase inevitável. Não só pela parte do pai, mas também pelo apelido da mãe, Natalia Solari, ligada a um dos clãs mais conhecidos do futebol argentino, do qual faz parte também (o primo) Santiago Solari, outro antigo jogador do Real Madrid, que entretanto também treinou.

Federico não é esquerdino, mas joga no centro do terreno, como o pai, ainda que nem sempre como elemento mais posicional (o «5» do futebol argentino). Muitas vezes aparece como segundo médio, ou médio interior, mas fica a ideia que, mais tarde ou mais cedo, vai fixar-se como «pivot».

Dificilmente seria tão elegante a jogar quanto o pai, mas em contrapartida é mais combativo, mais lutador, mais influente nos duelos. Com um porte físico impressionante para os 19 anos de idade, Federico é muito forte nos duelos e nas recuperações de bola.

Não se julgue, porém, que é um jogador vocacionado apenas para a vertente defensiva, limitado tecnicamente. Revela também qualidade na primeira fase de construção. Quer a receber a bola em zona central, quer a recuar para junto dos centrais e a pegar no jogo aí.

Sabe temporizar, gerir os ritmos da equipa, e oscilar entre um futebol mais apoiado e os benefícios do passe longo, em que se distingue.

Para além disso mostra já um perfil de líder, alguém que se impõe pelo exemplo que dá, e não pelos gritos em campo.

Chamado à seleção sub-15 da Argentina por Pablo Aimar, esteve recentemente com os sub-20, orientado por Javier Mascherano.