P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

O bom trabalho de Paulo Sousa no comando do Bordéus tem realçado a qualidade de um jogador de apenas 19 anos: Yacine Adli.

Utilizado pelo técnico português em quinze jogos, dez dos quais como titular, o jovem médio ofensivo soma três golos e três assistências, assumindo-se assim como um dos destaques dos «girondinos», que nesta altura estão na sétima posição da Liga francesa.

Mas ainda que o Bordéus tenha pergaminhos na formação, Adli foi recrutado há apenas um ano, ao Paris Saint-Germain.

Nascido em Vitry-sur-Seine, na região da capital gaulesa, o médio chegou ao poderoso PSG em 2013, proveniente do US Villejuif. No final da época 2017/18 estreou-se pela equipa principal, conquistando assim o estatuto de campeão francês, mas não mais voltou a jogar.

Talvez por perceber que a tendência consumista do PSG ia prejudicá-lo, Yacine Adli assinou pelo Bordéus em janeiro de 2019, a troco de cinco milhões e meio de euros. No primeiro semestre do ano fez apenas sete jogos, mas sob o comando de Paulo Sousa já vai em 15, esta época.

O destaque assumido tem sido tal que o jovem médio pode ver-se “obrigado” em breve a ter de optar por uma seleção. É que Adli já está nas coagitações da seleção da Argélia, país de origem dos pais, ainda que seja internacional sub-20 francês.

Foi com a camisola «bleu» que brilhou no verão de 2017. Primeiro no Europeu de sub-17, e depois no Mundial da categoria, provas em que somou dois golos e… nove assistências!

Já aqui Adli jogava a partir da ala (direita), mas sempre à procura da zona central. Um movimento ainda mais incentivado no sistema montado por Paulo Sousa, com três centrais e dois alas que “empurram” o meio os jogadores que têm à sua frente.

Embora também seja muito competente na ala, pela qualidade no drible e até no cruzamento, Adli sente-se muito confortável nessas incursões para a zona central, à procura de combinações curtas que permitam criar espaço para um último passe ou para a finalização.

Um talento para seguir com atenção, e quem nem dá margem para desvalorizações associadas à capacidade física, pois tem um metro e 86 centímetros de altura.