P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Depois de três descidas à Série B na última década, o Vasco da Gama parece ter entrado na rota certa. Não só pelo sétimo lugar conseguido em 2017, e consequente regresso à Taça Libertadores, como também pelos talentos que tem apresentado ao mundo do futebol.  

Logo no dia em que se despediu de Douglas Luiz, vendido ao Manchester City por cerca de 13 millhões de euros (e posteriormente emprestado ao Girona), o Vasco da Gama estreou a nova “bandeira” da formação: Paulo Henrique Sampaio Filho.

Embora tenha entrado apenas ao minuto 90+3 no jogo no reduto do Vitória da Bahia, Paulinho ainda foi a tempo de assistir o golo que fechou a goleada do Vasco (1-4), apontado por Guilherme Costa aos 90+5.

O médio ofensivo estava a dois dias do 17º aniversário quando foi lançado por Milton Mendes, antigo jogador de Louletano, Beira-Mar, Belenenses, União da Madeira, Sp. Espinho, Camacha, São Vicente, Câmara de Lobos e, por fim, Machico, o clube onde iniciou a carreira de treinador.

Nove dias depois da festa de aniversário Paulinho estreou-se a titular e marcou os dois golos da vitória no reduto do Atlético Mineiro (1-2), tornando-se assim o mais jovem de sempre a marcar na Série A. O primeiro nascido depois do ano 2000.

Milton Mendes deixou o Vasco da Gama um mês depois, mas Zé Ricardo, o sucessor, não deixou cair a aposta. Ainda que tenha sido suplente (utilizado) nos primeiros jogos com o novo técnico, Paulinho acabou a época como titular, e a marcar dois golos ao Ponte Preta na última jornada, a carimbar o regresso do Vasco da Gama à Taça Libertadores, seis anos depois.

Natural da Penha, bairro carioca que viu crescer Romário, Paulinho até tem um irmão com o nome do antigo internacional brasileiro. A ideia foi do pai, barbeiro por lá, que avançou para o registo mesmo contra a vontade da mãe. Ana Cristina quis «vingar-se» depois e batizar o terceiro filho como Edmundo, mas o registo ficou novamente a cargo do pai, que decidiu dar o seu nome.

Veja a reportagem do programa «Esporte Espetacular» (Globo):

Paulinho, a nova «coqueluche» de São Januário, reúne características para fazer qualquer posição na frente de ataque, mas tem brilhado sobretudo a partir do flanco esquerdo. Um avançado explosivo, pela forma como alia a qualidade técnica a uma robustez física pouco vulgar na sua idade.

Um extremo que não está limitado a apenas um movimento. Capaz de desequilibrar na ala, mas também muito sagaz a explorar zonas mais interiores. Seja em diagonais de rutura nas costas da defesa, ou a aparecer entre linhas, muitas vezes para tirar proveito da meia-distância, um dos seus principais atributos.

Um nome a ter em conta para o Brasileirão 2018 (se não sair antes).