Jaime Pacheco foi para a Arábia Saudita para ganhar. Ao fim de seis meses, o treinador português já conquistou o primeiro título: a Taça do Príncipe. Na final, realizada nesta quinta-feira, bateu o líder Al Hilal, treinado por Eric Gerets, por 2-1. «Só daqui por uns tempos é que vamos dar o devido valor a esta conquista», diz.
Pacheco, a torcer pelo Braga e decepcionado com F.C. Porto
Foi a quarta Taça do Príncipe que o clube conquistou, o que instalou a festa em Riade. «Os adeptos até invadiram as instalações do clube. Foi uma manifestação de carinho e de afecto muito grande», adianta ao Maisfutebol. «Naturalmente que nos deixou muito felizes. Gostamos de provocar esta alegria.»
Mesmo assim, adianta, nada de compara com o título ganho no Boavista. «Ter sido campeão foi um feito inédito. A alegria e a emoção são sempre grandes, mas não é possível comparar uma coisa com a outra. O título ganho com o Boavista foi uma coisa única, foi uma conquista muito maior, inquantificável.»
«Se fosse em Portugal queixavam-se que nem mulheres grávidas»
O treinador afirma-se de resto muito feliz na Arábida Saudita. Conquistou a Taça do Princípe, está em segundo no campeonato e encontrou uma nova forma de viver o futebol. «Jogámos ontem uma final, hoje fizemos uma viagem de quatro horas e amanhã temos um jogo do campeonato. Jogámos três jogos por semana.»
Ora este compromisso com o jogo é o que Jaime Pacheco mais procura. «Gosto disto. Aqui é assim e ninguém reclama. Em Portugal quando fazem dois jogos por semana já se estão a queixar. Se jogassem três vezes por semana como fazemos aqui, queixavam-se que nem mulheres grávidas», acrescenta.
«Tivemos três jogos menos conseguidos, empatámos dois, perdemos o último porque estávamos concentrados na final da Taça, e por isso ficamos a onze pontos do Al Hilal. Faltam quatro jornadas, já não dá para sermos campeões. Mas têm sido seis meses muito positivos. Não tenho saudades do futebol português», diz Pacheco, que está em Riade acompanhado de Vitor Nóvoa, prof. Luís Diogo e Khadim.