O treinador do Paços de Ferreira, César Peixoto, em declarações na sala de imprensa no Estádio Capital do Móvel, após a vitória diante do Rio Ave (3-1), na 33.ª jornada da Liga:

«[Concentração da equipa] A equipa fez um bom jogo, sabíamos das dificuldades que íamos encontrar. A equipa esteve sempre focada, não está no melhor estado anímico, tiveram orgulho, foram uns campeões. Um jogo como este teria de ser à mesma hora do nosso adversário direto [Marítimo]. Foi muito difícil levantá-los, mas provaram o caráter que têm e fica a frustração de uma vitória que assenta bem, mas sabe a pouco, fica uma sensação amarga, ficámos perto do objetivo, mas foram uns campeões. Agradecer aos adeptos a forma especial como, estando na iminência de descer, apoiaram, sofreram quando tinham de sofrer, conseguiram ferir o adversário. Os adeptos foram fantásticos.

[Com que sentimento sai do jogo?] É de frustração, precisávamos de poucos pontos na primeira volta para a manutenção. O trabalho da segunda volta foi fantástico, [tivemos] muitas lesões, aconteceu muita coisa à equipa, ainda hoje aconteceu com o Zé Uilton, tem-nos condicionado muito. Fizemos uma segunda volta fantástica, a frustração é a mesma dos jogadores, não conseguimos atingir o objetivo, temos de cair de pé, com orgulho, honrar a camisola, lutar até ao final. Os jogadores estão de parabéns pelo trabalho que fizeram perante uma boa equipa e parabéns também aos adeptos.

[Jogadores nervosos na primeira parte] A lesão do Zé condicionou muito, o Hernâni está a voltar de lesão, não está em grande forma física. A frustração da classificação é natural, demos sempre um toque a mais, definimos mal. Ao intervalo, corrigimos algumas coisas, era importante ter o Nigel [Thomas] no lado direito para aproveitar a profundidade, tirámos com a lesão do Zé, depois voltámos a colocá-lo. O Adrian [Butzke] não estava a condicionar muito bem o médio defensivo do Rio Ave, estava muito colado ao central, a equipa criou alguma dúvida a si própria e ao intervalo metemos o Mauro, de 17 anos, que entrou muito bem, um miúdo da formação com muito talento. A equipa voltou a ser mais agressiva para atacar as costas, era importante conquistar esse espaço. Na segunda parte, fomos mais objetivos e vencemos bem.

[Se voltasse atrás, vinha de novo para o Paços?] Sim, seria sempre mais confortável estar em casa a receber e estava tranquilo. Não seria a mesma pessoa e treinador se não o fizesse. Acreditava nos jogadores e no trabalho que podia fazer. Voltaria a vir, acreditei muito na equipa, mexemos bem no mercado, faltou uma pontinha de sorte, nada arrependido, pelo contrário. Orgulhoso do trabalho, infelizmente faço parte da primeira volta que não correu tão bem. Não estou nada arrependido, é uma passagem que me fez mais treinador. Sou mais treinador do que no ano passado. Hoje, com esta época tão atribulada, sou muito mais treinador. É uma etapa de crescimento, não me vai definir enquanto treinador, acredito na competência e na paixão que tenho pelo futebol. Voltaria a dar a cara e vinha para cá como fiz.»