FIGURA: Quaresma
A genialidade nasce no primeiro drible. A vírgula a puxar a bola da direita para o meio é soberba. Defesa de olhos perdidos, desviado do lance e a bola a pedir a parte de fora do pé direito de Quaresma. E ele, adorador de trivelas, faz-lhe a vontade. Que golo!!! Explosão no ângulo superior direito da baliza de Defendi, estádio rendido e o Harry Potter a reeditar atos de outros tempos. Lembram-se do que fez à Bélgica e ao Rio Ave? Noite inspirada, cumplicidade com o jogo e dois golos. Sim, o outro foi de penálti, cheio de classe: Defendi para um lado, bola para o outro.   

MOMENTO: a trivela mágica, minuto 44
Bem, o instante está descrito nas linhas do texto anterior. Vejam as imagens televisivas, pois este golo vai correr o mundo. Se quiserem saber como o vivemos EM DIRETO basta clicar AQUI. Os estádios portugueses precisam tanto destes instantes! Arte pura e sacra.

NEGATIVO: erro de Defendi no 1-0
O Paços Ferreira aparentava ter o controlo do jogo e foi traído pelo seu guarda-redes. O cruzamento de Alex Sandro é bom, sim, mas a saída de Defendi é tudo menos exemplar. Jackson aproveitou e começou ali a acabar com as dúvidas.

OUTROS DESTAQUES

Jackson Martinez
15 golos na Liga, trabalho e mais trabalho em prol da equipa, incansável em todos os aspetos. Este colombiano é um craque de rara estirpe, altruísta e apologista da superioridade do grupo sobre o indivíduo. O erro de Defendi é óbvio, mas lá estava ele à frente do marcador direto a inaugurar o marcador. Logo depois ganhou posição a Hélder Lopes e aguentou até à área. Foi derrubado e ganhou a grande penalidade. Noite positiva, pois.

Cristian Tello
O velocista espanhol estava mesmo a precisar de uma boa exibição e de um grande golo. A forma como complica decisões simples sublinha a falta de confiança evidente. O esforço está lá, a aplicação é inatacável, mas parece faltar-lhe sempre qualquer coisa. Curiosamente, até ao primeiro golo foi o mais inconformado, furou, criou espaços, cruzou, fez muitas coisas boas. Depois, a equipa subiu e Tello encolheu-se. Até reaparecer num golaço de livre direto, que só lhe pode fazer bem para o futuro imediato. Um caso peculiar, de facto.

Sérgio Oliveira
Holofotes projetados sobre o mais do que provável reforço do FC Porto, olhos encandeados, rendimento comprometido. Mais vítima do que réu, tal a desinspiração do Paços, mas, ainda assim, aquém do que se esperava dele. Bateu bem algumas bolas paradas e pouco mais.

Óliver Torres
A capacidade que tem de variar os flancos é notável. Pega bem na bola, com intensidade e precisão, e acaba por obrigar os adversários a abrirem espaços na defesa. Um bom jogo penalizado por um golo falhado na cara de Defendi, já no segundo tempo.

Herrera
O golo, facílimo, não esconde uma atuação com muitas más decisões. Correu muito, pensou pouco. Não está bem.

Seri
Um pontapé tremendo à barra, muito pulmão, o melhor do lado pacense. Lutou até à exaustão por outra sorte. Não chegou, longe disso.