Como é normal nestas ocasiões, a conquista da Libertadores pelo Palmeiras contou com um herói improvável: Breno Lopes, o extremo que Abel lançou perto do fim, para o lugar do “badalado” Gabriel Menino, e que marcou o golo da vitória sobre o Santos ao minuto 90+10.

Foi apenas o 17º jogo de Breno pelo Palmeiras, e apenas o segundo golo apontado pelo «Verdão», mas o suficiente para ficar na história do clube.

É curioso que, na conferência de imprensa de antevisão do encontro, questionado sobre a profundidade do plantel, Abel tivesse falado de Breno como o único reforço garantido após a sua chegada, embora o Palmeiras também tenha contratado Alan Empereur e Kuscevic.

«Os meus pais sempre me ensinaram que podemos gastar o que temos, e não o que não temos. Desde que cheguei fizemos uma contratação, o Breno. Tem sido um jogador muito utilizado. Estava na Série B e vai disputar a final. É o que posso dizer sobre orçamento. Estamos todos em igualdade, 11 contra 11 mais cinco», referiu o técnico português.

Foi uma espécie de voto de confiança no jogador, contratado em novembro para colmatar a lesão de Wesley, e que custou 7,5 milhões de euros (cerca de 1,1 milhões de euros) pela compra de metade do passe.

Breno tornou-se profissional no Joinville mas em 2019 foi contratado pelo Juventude. Nesse ano esteve emprestado ao Figueirense e em 2020 passou pelo Athletico Paranaense, mas sem sucesso: apenas cinco jogos e um golo.

De regresso ao Juventude brilhou na Série B com 11 golos em 27 jogos, o que despertou o interesse do Palmeiras.

Abel só lhe deu a titularidade em seis jogos, e nenhum deles na Libertadores, mas foi Breno a garantir o primeiro troféu do treinador português no futebol profissional.

«Gosto muito de apostar em jogadores que veem de baixo, porque sei que vão dar a vida por uma oportunidade», referiu o técnico português na sala de imprensa, ao lado do jogador.

Breno garantiu que lidou bem com a pressão da chegada ao «Verdão» e que sempre sentiu confiança por parte dos responsáveis do clube: «Havia muita desconfiança no meu nome, e agora estou a provar que tenho condições para estar aqui.»

«É um dia inesquecível, fazer o golo da conquista da Libertadores. A torcida merece. O Palmeiras trabalhava há muito tempo para chegar a este título. Os meus pais estão aqui no estádio. Estou muito feliz, não sei explicar a emoção», concluiu o herói da Taça Libertadores.