Francisco Palmeiro foi o último jogador português a marcar mais do que um golo na estreia pela Selecção Nacional, feito agora (quase) igualado por Rúben Micael, esta terça-feira, frente à Finlândia. Quase porque o antigo avançado do Benfica foi o autor de três golos, enquanto o médio do F.C. Porto conseguiu «apenas» dois.

Essa tarde de 3 de Junho de 1956, ou seja, de há 55 anos, num Portugal-Espanha, vai ficar sempre na memória de Palmeiro. Hoje, aos 78 anos, recordou ao Maisfutebol como foi marcar três golos no primeiro jogo com as quinas ao peito.

«Foi um momento muito especial, gratificante. Não há palavras para descrevê-lo. Eu já tinha sido convocado antes, mas não tinha jogado. Então, quando entro em campo e marco três golos frente à Espanha... foi um feito extraordinário. E muito importante porque, na altura, a Espanha estava de relações cortadas com Portugal há dez anos e esse jogo teve um impacto muito grande», rematou.

Ninguém marcava mais de um golo na estreia desde 1956

Marcar sim, talvez; mas três golos? Palmeiro confessa que tal coisa nunca lhe passou pela cabeça. Apesar do desejo em festejar logo naquele encontro: «Eu queria marcar, vinha com essa ideia do balneário. Mas claro que nunca pensei marcar um golo, ainda para mais três e logo à Espanha, que tinha uma grande equipa, com bons jogadores.»

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O antigo internacional ainda se lembra do melhor golo dessa tarde. «Foi o terceiro. Lembro-me de fintar alguns jogadores e depois atirar por cima do guarda-redes Carmelo, que era um homem muito alto, e de ouvir o estádio a gritar golo. Foi uma estreia de sonho, fiquei muito satisfeito», recordou.

Palmeiro não perdeu a oportunidade para deixar uma mensagem para Micael: «Acho que ele deve estar muito feliz. Fez dois golos na estreia, mas foi num jogo de preparação, o meu era um jogo a sério. Espero que agora consiga tornar-se um grande jogador no F.C. Porto, onde joga pouco. Desejo-lhe muitas felicidades. Acredito que esteja muito feliz, tal como eu fiquei em 56.»