Pauleta não esconde o carinho que tem pelo Paris Saint-Germain, onde esteve seis temporadas, bateu o recorde de golos de Dominique Rocheteau e somou dois prémios de melhor marcador e outros tantos de melhor jogador do Championnat. O antigo internacional português aceitou analisar, em conversa com o Maisfutebol, este novo PSG, que defronta o Benfica na próxima quarta-feira, em jogo da segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

«Espero um grande jogo entre duas grandes equipas. O PSG está fortíssimo, tem um plantel de grande qualidade e uma estrutura forte. O clube mudou bastante desde o meu tempo. Por sua vez, o Benfica também está forte e está habituado a estes jogos. O PSG é uma equipa muito mais pesada financeiramente, mas creio que se equivalem de certa forma», atirou o «Açor», que não quis apostar em nenhum jogador que possa decidir o encontro: «Nestes jogos entre equipas muito fortes, com grandes jogadores a nível individual, há sempre um detalhe, uma jogada a qualquer momento, que pode decidir o encontro. Espero uma partida de grande nível e muitos golos, porque é sempre bonito.»

Seja qual for o resultado, Pauleta não tem dúvidas que ambas as equipas podem seguir em frente: «São os dois clubes mais fortes do grupo, aqueles que têm maiores pergaminhos e potencial.»

O goleador teve pela frente o Benfica numa eliminatória europeia, enquanto esteve ao serviço dos parisienses. Fez o seu papel, assinando dois golos, mas não chegou para seguir em frente. Recorda, no entanto, como foi bem recebido na Luz. «Defrontei duas vezes o Benfica, nos oitavos de final da Taça UEFA de 2006/07 [os encarnados qualificar-se-iam para a fase seguinte, depois de perderem no Parque dos Príncipes por 2-1 e vencerem por 3-1 na Luz], e marquei dois golos, um em cada jogo. Já tinha acontecido com o FC Porto antes. Sempre foi bom defrontar equipas portuguesas, especialmente os grandes. Sempre fui bem recebido, sempre me trataram bem, apesar dos golos que marquei.»

Um PSG, finalmente, com uma grande equipa

O rival do Benfica é o segundo clube francês com mais adeptos, e Paris uma capital enorme, das mais populosas e fortes financeiramente da Europa. Durante anos, o clube não conseguiu criar uma equipa à imagem da sua cidade e do volume dos seus adeptos. Pauleta sentiu isso no seu tempo, nunca tendo conseguido o título de campeão. Este PSG tem, obviamente, uma outra dimensão. O ex-jogador concorda: «O PSG sempre foi um grande clube, com uma dimensão enorme. Faltava uma grande equipa, e para isso faltava o dinheiro. Chegaram as pessoas do Qatar e com elas a capacidade de contratar os melhores. Em dois, três anos, conseguiram jogadores de nível internacional do melhor que há e começaram a construir uma equipa. Não é num ano ou dois que isso se consegue, embora seja verdade que o dinheiro ajuda.»

Os dois empates com o Barcelona na última época deram a entender que o PSG estava a chegar perto do seu potencial, mas Pauleta acha que ainda faltam coisas. «No futebol às vezes as coisas acontecem antes do que se espera. Quantos mais anos uma equipa passa na Champions mais experiência ganha. Penso que num ou dois anos o PSG poderá lutar de igual para igual com qualquer adversário para ganhar a Liga dos Campeões, embora já este ano possam ter uma palavra a dizer se as coisas correrem de feição», explicou.

Um Parque dos Príncipes dividido

Pauleta não tem dúvidas. Na quarta-feira, vai jogar-se um jogo especial, das poucas vezes em que não faltará apoio ao clube visitante. «O Parque tem um ambiente muito especial, está sempre cheio. É um bom campo, com um ambiente espectacular. Um PSG-Benfica é sempre especial, há muitos adeptos do Benfica que vivem em Paris, há também adeptos portugueses que aqui apoiam o próprio PSG. Mesmo durante o campeonato vê-se muitos portugueses nas bancadas. Penso que terão bastante apoio, é sempre um campo com muitos portugueses, embora a jogar em casa os franceses vão estar certamente em maioria.»

O ambiente no Parque mudou. Depois de vários incidentes e vítimas mortais, as claques foram proibidas e afastadas, respira-se de forma diferente o futebol. Alguns adeptos afastaram-se do clube. «Isso foi no ano a seguir a vir-me embora. Enquanto estive no clube houve sempre um ambiente espectacular. Um ano depois acabaram com as claques, e agora existe um ambiente mais familiar, que favorece um pouco os adversários. As claques antigamente davam espectáculo, agora é tudo mais calmo.»

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