Paulo Baptista confirma que deverá avançar com um pedido de impugnação da classificação final dos árbitros junto do Conselho de Justiça. O juiz de Portalegre foi penúltimo, e por isso despromovido. Em causa, tal como o Maisfutebol revelou, está a alteração feita este ano na fórmula de avaliação.

«Estou a analisar o assunto com o meu advogado, mas, em princípio, vou avançar para a impugnação. Tenho até sexta-feira para o fazer», disse Paulo Baptista à Lusa, criticando a avaliação deste ano: «Esta interpretação do regulamento subverte o espírito do mesmo, uma vez que penaliza os árbitros em quem o Conselho de Arbitragem confiou para apitar maior número de jogos.»

A diferença foi que até agora para avaliação eram considerados não apenas as notas dos observadores nos jogos apitados pelos juízes, mas também a média dos dois testes físicos e escritos, divididas pelo número de jogos apitados. Este ano, no entanto, a avaliação limitou-se aos jogos apitados.

Paulo Baptista diz que «a maioria, cerca de 90 por cento, dos árbitros está insatisfeita» com esta fórmula e dá o exemplo de Pedro Proença, que foi o terceiro da classificação, e que «teria ficado em segundo, pelo critério utilizado na época anterior».

A Lusa cita no entanto uma fonte do Conselho de Arbitragem (CA) a defender que a Secção de Classificações se limitou a cumprir à risca o regulamento. Que diz isto: «A pontuação média final (Pm) corresponderá ao somatório das pontuações de todos os jogos (incluindo as notas resultantes dos testes escritos e físicos), corrigidas pelos coeficientes dos observadores e adicionadas pelo grau de dificuldade competitiva, a dividir pelo número de jogos em que foi observado.»

«Não há lugar a interpretações deste regulamento, ele é suficientemente explícito no sentido de que a divisão é feita apenas pelo número de jogos em que o árbitro foi observado», diz a fonte em questão, explicando a mudança deste ano com o facto de este CA apenas ter chegado a meio da época passada. «Não fazia sentido mudar a meio da competição um processo de classificações que estava em curso», diz, insistindo no entanto na ideia de que o regulamento «não estava a ser estritamente cumprido».

A Secção de Classificações é composta por cinco elementos. Vítor Pereira é presidente, por inerência do cargo de presidente do CA, depois há o vice-presidente Nuno Castro e o vogais Ferreira Nunes, Vítor Tomás e Humberto Viegas.

Quanto à APAF, o presidente da associação de árbitros disse à Lusa que a classificação desta época «criou mal-estar entre a classe» e admitiu que a fórmula deva ser alterada. «Estamos a recolher informações sobre a aplicação da fórmula usada e se constatarmos que a mesma não é a mais correta para avaliar os árbitros, daremos a nossa opinião e contribuição para a repensar e, eventualmente, alterar», afirma José Gomes.