O seleccionador nacional, Paulo Bento, admitiu que o excesso de estrangeiros no futebol português dificulta o leque de escolhas para a selecção, mas não pensa pedir a naturalização de alguns jogadores, processo a que Portugal se socorreu nos últimos tempos, com Deco, Pepe e Liedson.

«Comigo não pedidos para naturalizar quem quer que seja. Vamos tentar aumentar o mais possível o leque de observação. Tentar criar uma estabilidade e continuidade, mas ao mesmo tempo ver outros jogadores. O excesso de estrangeiros é um problema do futebol português. Faltam oportunidades para os jovens», admitiu, em entrevista à TVI.

Paulo Bento fez, também, um ligeiro balanço do tempo que passa num cargo que, considera, «todos os treinadores gostavam de ter». «Até agora, mesmo considerando o jogo com a Argentina, tem corrido bem. Estamos no bom caminho e temos capacidade para continuar. Nos últimos jogos tivemos duas boas exibições. Contra a Argentina não temos de lamentar nada, a não ser o resultado», vincou.

«Substituição do Ronaldo? Não faço acordos desse tipo»

O jogo com a Argentina ficou, também, marcado pela substituição de Cristiano Ronaldo. Paulo Bento considera que fez parte da «estratégia» levada para o jogo e desmente qualquer acordo para poupar o jogador.

«Não faço acordos desse tipo. Não falei com nenhum treinador acerca de nenhum jogador. O que há é um plano e uma estratégia para o jogo. Dentro das nossas possibilidades há o cuidado de alguma gestão de alguns jogadores. Temos consciência que não podemos fazer com todos, mas tomamos as opções que eram melhores para a equipa», defendeu. E vincou, novamente, que o jogo não era um duelo particular entre Ronaldo e Messi, deixando uma questão: «Se o Messi saísse aos 45 minutos, eu tinha de tirar o Ronaldo?»

O técnico disse, ainda, que espera criar uma ligação positiva com o público, lembrando que o futebol «tem o dom de unir o país». A missão é chegar ao Euro 2012, um objectivo que não lhe foi exigido, mas que o próprio assumiu. «Não faria sentido aceitar se não fosse para contribuir para a qualificação», frisou.

Por fim, Paulo Bento garantiu ainda não ter pensado no futuro para lá da selecção, mas sabe que não ficará, agora, restrito a este género de cargos. «O mais natural é que volte a treinar clubes. Quando não sei¿», resumiu.