Portugal entra na reta final da qualificação para o Mundial 2014. A seleção portuguesa defronta dia 6 a Irlanda do Norte, seleção que empatou no Dragão 1-1 e que no último jogo surpreendeu ao bate a Rússia, equipa que tem as probabilidades a favor para ficar no primeiro lugar do grupo. Por tudo isto, o selecionador sublinha que o 1-0 dos irlandeses com os russos é um alerta para a seleção portuguesa.

«É um jogo que será difícil, como têm sido os desta fase de qualificação para o Mundial», começou por dizer Paulo Bento na conferência de apresentação dos convocados para esse encontro e o seguinte, um particular com o Brasil nos EUA.

«Temos como referência o jogo da Rússia em que a Irl. do Norte venceu 1-0, mas também o jogo connosco no Dragão em que nos colocaram muitas dificuldades. Vamos ver como a Irl. do Norte vai abordar o jogo, se vai ser como no Dragão, ou se vai ser mais ousada, que nos queira apertar mais alto», comentou o técnico.

«Vamos ver o que o jogo nos vai trazer. A nós não chega jogar para ter três pontos, temos de ir para competir porque se o fizermos, as nossas dificuldades diminuem e as probabilidades aumentam», realçou Paulo Bento.

Aliás, a ideia de competir atravessou toda a conferência de imprensa, sempre que se falou no jogo de Belfast.

Paulo Bento apresentou argumentos para isso: «Para mim, jogar é diferente de competir. Normalmente, queremos jogar pensando muito na nossa equipa, a jogar como queremos. Isso nem sempre é possível, às vezes temos de jogar como podemos. Na Irlanda isso poderá acontecer, porque o adversário vai colocar-nos um tipo de jogo muito físico, futebol direto e de muitos duelos. Muitas situações de segunda bola e, por isso, é fundamental estarmos preparados para isso.»

A última exibição portuguesa foi no Algarve, em particular com a Holanda, e agradou ao selecionador: «O que fizemos deixou-me extremamente satisfeito pela forma como competimos, pois acho que nos trará grandes benefícios neste jogo com a Irl. Norte.»

«É uma equipa muito intensa»

O treinador desvalorizou ainda o fator decisivo da partida de dia 6: «É mais um jogo, não acho que seja chave. Têm vindo a falar disso, Israel era um jogo decisivo, Azerbaijão era um jogo decisivo. É mais um jogo importante com grau de dificuldade elevado, mas que não é decisivo. Ganhando este jogo, teremos de ganhar os outros dois.»

Paulo Bento voltou depois a analisar a seleção da Irlanda do Norte, agora de forma mais detalhada.

«Demonstrou qualidade no Dragão e no jogo com a Rússia também, apesar de ter elaborado mais no jogo com a Rússia do que fez contra nós. É uma equipa muito intensa em ambas as fazes do jogo, muito agressiva e que aborda a conquista da segunda bola com grande intensidade. Não necessita de chegar ao último terço do campo para fazer cruzamentos. Por isso digo que o que interessa é saber competir», repetiu Paulo Bento a tal ideia transversal ao discurso do selecionador.

Questionado por fim se a derrota russa serve de alerta ou estímulo aos internacionais portugueses, o selecionador atirou: «Fico-me pelo aviso. Para se jogar na seleção não é preciso ter como estímulo a Rússia perder. Os irlandeses jogaram bem, não deixaram a Rússia ter uma oportunidade e levaram o jogo para os momentos que mais convinham.»