Paulo Bento, treinador do Sporting, não poupou críticas à equipa de arbitragem, no rescaldo da final da Taça da Liga, ganha pelo Benfica nas grandes penalidades. Nem mesmo o quarto árbitro (Artur Soares Dias) e o árbitro auxiliar suplente (Luís Ramos) foram poupados:
«Ao intervalo o resultado era justo. Houve duas oportunidades claras, uma para cada equipa. As duas equipas foram fiéis à sua forma de jogar. O Sporting com mais domínio, o Benfica à procura do erro e a tentar tirar proveito das bolas paradas e das transições rápidas. Depois tivemos uma excelente entrada, na segunda parte, com a obtenção do golo e possibilidade de aumentar a vantagem. Houve depois alguma reacção do Benfica, mas com o jogo controlado. Cometemos alguns erros na saída do ataque, mas estivemos seguros defensivamente. Era uma questão de passar o tempo e gerir o jogo, tentando chegar ao 2-0. Apareceu um fenómeno que era difícil controlar. Nem jogadores nem treinadores conseguem. Delineámos uma estratégia para combater uma boa equipa. Não conseguimos delinear uma estratégia para combater outra equipa, que embora tenha menos elementos, parecem que são mais. O jogo ficou condicionado por um penalty que não existe e por uma expulsão. A partir daí houve menos capacidade para procurar outro resultado. Tentamos gerir defensivamente e chegar às grandes penalidades, onde não tivemos um momento de felicidade, quando podíamos ter chegado aos dois golos de vantagem. A primeira vez que tivemos possibilidade de perder, aconteceu.»
«Não me parece justo o resultado, acima de tudo pela forma como foi alcançado. Estou revoltado pelos jogadores. Sei o trabalho que fazem. O árbitro vai ter um domingo fantástico. Vai ter uma semana fantástica no seu trabalho, e nós vamos ter que retomar o nosso caminho, motivando os jogadores para outro objectivo. Queria deixar um apelo: que nos deixem pelo menos lutar pelo nosso grande objectivo. Que dependa só de nos disputar o acesso à Liga dos Campeões, pois noutros anos já tentaram que isso não acontecesse. O Sporting é prejudicado porque não faz parte deste filme. Eu não vou fazer parte deste filme. Já perdi um campeonato com um golo com a mão, e não me desculpei com isso. A forma como se perde uma final, custa. Respeitámos a competição do princípio ao fim. Tiraram-nos tudo num minuto. Tiraram-nos um troféu, dinheiro e um jogador. E vão passar impunes, utilizado a desculpa que, com a televisão, eram melhores árbitros. Eu também era melhor treinador pela televisão, e os jogadores também. Não acredito que isto vá melhorar.»
«Não tenho a medalha que devia ter. O troféu vai para outra vitrina, que não a que devia, com todo o respeito pelo que o Benfica fez. Temos menos dinheiro também, pois ganhar dava mais. Roubaram-nos tudo.»
[sobre a luta pelo título] «Não depende de nós. Queremos fazer 24 pontos. E se calhar não chega para ser campeão, pois depende daquilo que o F.C. Porto fizer. Aquilo que depende de nós é chegar à pré-eliminatória. Por todas estas situações que têm acontecido, aquilo que digo é que nos deixem lutar por aquilo que depende de nós. Deixem ser os jogadores a fazer o seu trabalho. Não tenho problemas em dizer que passei três anos e oito meses no Sporting e que o Sporting não foi campeão. Vejam quem era o quarto árbitro e quem era o fiscal-de-linha suplente. As nomeações são uma afronta ao Sporting. Tinha a secreta esperança que o Lucílio não se aleijasse, para não entrar o outro, que nos dirigiu frente à Naval e ao Marítimo. Afinal vale a pena rejeitar uns e pedir outros. Não sou desse filme. Sou feito de outra a massa. Se me disserem que não vou ser campeão mas continuo assim, eu assino por baixo.»