A excelente temporada em Paços Ferreira volta a colocar o nome de Paulo Fonseca no radar de clubes de maior dimensão. Em entrevista ao Maisfutebol, o treinador nega por completo ter sido abordado para treinar o Sporting e reconhece que será muito complicado voltar a um dos três grandes nacionais.

Tudo por culpa da má experiência no FC Porto.

Fonseca olha com maior interesse para as ligas inglesa e espanhola, privilegiando sempre a vertente desportiva em detrimento de projetos apenas financeiramente apelativos.
 

O seu nome foi associado recentemente ao Sporting. Incomoda-o, agrada-o, sente que desestabiliza a sua equipa? Como olha para isto?

Com indiferença. Gosto é de ver o nosso trabalho reconhecido, a minha equipa elogiada. Essa minha associação ao Sporting não tem qualquer fundo de verdade, mas acaba por ser uma notícia normal. Anormal seria fazer um trabalho péssimo no Paços e ver o nome falado para um grande clube.

Imagina-se mais facilmente no futuro em Inglaterra ou Espanha, ou a voltar a um clube grande em Portugal?
Tenho de ser realista. Depois do ano que tive no FC Porto é muito difícil regressar a um clube grande em Portugal. Mantenho a ambição de treinar em Inglaterra ou Espanha, era aí que gostava de trabalhar. Não sei se será já, mas acredito que um dia estarei numa dessas ligas.

Valoriza mais a dimensão do clube ou a liga onde esse clube está inserido?
A liga é o mais importante. A vertente desportiva é o mais aliciante, em Inglaterra ou Espanha os objetivos são fantásticos. Se fosse pelo dinheiro, já não estava no Paços. Ou nem sequer tinha vindo. Tenho 42 anos e penso sempre numa perspetiva de carreira, por isso penso nesses mercados mais atraentes.

Como é que olha para aquilo que já alcançou como treinador?
Com satisfação. No FC Porto as coisas podiam ter corrido melhor, mas sinceramente já consegui conquistar muito. Estou satisfeito.


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Já alcançou mais como treinador do que como futebolista?
Sinto muito mais prazer nas atuais funções. Não tive como jogador metade do êxito. Sou muito mais feliz como treinador, amo a minha profissão.

A sua imagem de marca é a qualidade de jogo que tenta impor às suas equipas?
O que conta no final é o resultado. Não podemos fugir a isso, mas temos a responsabilidade de apresentar bons espetáculos e valorizar o jogo. Não me imagino a ter uma equipa defensiva, sempre atrás, à espera de um golpe de sorte para marcar. Não faz parte da minha essência como treinador e dificilmente mudarei, independentemente da dimensão do clube. É sempre possível construir uma equipa com qualidade.