Kenny Shields, treinador do Kilmarnock, dirigiu duras críticas a Paulo Sérgio, treinador do Hearts, na véspera do embate entre os dois emblemas na liga escocesa. Em causa está o facto do treinador português ter prescindido do seu habitual guarda-redes por alegada ordem da direcção do clube. Uma situação que Shields considera ser «inadmissível».

Mario Kello é o centro de toda a polémica. O guarda-redes eslovaco está em final de contrato e, na reabertura de mercado, em Janeiro, terá recusado uma proposta de cem mil euros para ir jogar no Rapid Viena. O proprietário do clube, Vladimir Romanov, não gostou e afastou o jogador da equipa. Paulo Sérgio disse que foi uma «decisão política», mas acatou as ordens e deixou o guarda-redes fora dos últimos dois jogos.

Kenny Shields diz que, com ele, não seria possível um cenário semelhante. «Não guardo qualquer simpatia para com ele. Se tens princípios na tua vida e o teu trabalho é escolher a equipa e esse poder é-te retirado, tens de sair. Se um presidente tentasse escolher a minha equipa, eu saía no mesmo momento porque ele tinha ficado com o meu trabalho», atirou.

O treinador irlandês chegou mesmo a fazer uma comparação com o recente caso de John Terry, que levou Fabio Capello a abandonar a selecção inglesa. «Isto é irónico que coincida com a história do seleccionador inglês não poder escolher o capitão. Mais uma vez, isso está totalmente errado. Uma vez pediram-me para jogar de uma forma diferente quando era seleccionador das camadas jovens da Irlanda e fui-me embora, mesmo estando lá há oito anos», referiu ainda Shields.