O treinador do Sporting não tem grandes dúvidas: a partida com a Naval vai ser difícil. Na antevisão do jogo, o técnico admitiu que as duas vitórias consecutivas, sobre o Marítimo e o Brondby, trouxeram confiança. Mas sublinha: «Os triunfos dão-nos isso, a nós e a toda a gente. A Naval está a fazer um bom início de campeonato, por isso também está confiante.» De resto, Paulo Sérgio quer ver a equipa crescer, porque a vitória na Dinamarca rendeu uma qualificação, mas não deixou de ter defeitos, como diz o técnico.

«Apesar do trabalho feito, não foi tudo bom, ou seja, temos a obrigação de crescer e fazer melhor, tornarmo-nos mais seguros, com bola ou sem ela», analisou. «Temos de ser mais decisivos a tirar a bola, mais agressivos e maldosos na parte ofensiva», prosseguiu, dando a entender que quer uma equipa matadora. «Falámos sobre isso, sobre o que podemos fazer para nos ajudarmos a ser mais eficazes junto à baliza», revelou.

Para o universo leonino, seria bom que esse aspecto fosse melhorado já na Figueira da Foz, onde Paulo Sérgio antevê dificuldades: «Temos de preocupar-nos connosco, mas é verdade que eles já dificultaram a tarefa do F.C. Porto e sei que nos espera muito trabalho. A Naval está ligeiramente diferente da temporada passada, tem um bloco mais curto, mas mais pressionante. Continua com o predicado na transição ofensiva. É rápida no contra-taque e tem dos melhores executantes nesse capítulo, como o Marinho, formado aqui.»

Desse modo, o treinador leonino considera que «a matriz não é diferente do que se encontrou em Paços de Ferreira, não é diferente do Brondby», ou seja, um adversário a tentar tapar caminhos na defesa e sair rápido para o ataque.

«Centrais têm dado resposta»

A conferência de antevisão começou depois a personalizar-se. Primeiro, em Marco Torsiglieri, central argentino que chegou esta temporada. Paulo Sérgio confessou as razões que o levam a deixar o ex-Velez Sarsfield fora dos convocados: «Tem todas as boas qualidades de um central: é rápido, agressivo e tem tranquilidade com bola. O que falta é interagir melhor na organização da equipa. Isso requer trabalho, adaptação, até porque ele estava habituado a jogar com três centrais, sendo ele o da esquerda.»

Ainda sobre o eixo da defesa, palavras para Daniel Carriço e Nuno André Coelho, que têm sido os titulares: «Penso que a dupla tem estado a dar boa resposta. O Polga também me dá confiança. O Marco há-de crescer nesta organização de equipa. Há a saída do Tonel, que não foi dispensado. Mas não vou dizer que é a dupla ideal, porque estão os outros e merecem respeito.»

Paulo Sérgio abordou o nome de Tonel e, desse modo, alargou-se nos comentários ao central que vai para o Dínamo de Zagreb: «É um jogador com o qual me identifico. É agressivo, pega bem na marcação, tem bom jogo de cabeça. Mas desde o início demonstrou este desejo de sair. Teria sido desejável ter saído mais cedo, mas tiro o chapéu e identifico-me com gente desta: gente de trabalho.»

Destruir depois de ganhar

Os adeptos dos leões ficaram com um sorriso devido às duas vitórias seguidas. Antes, porém, houve apreensão com a derrota em Paços de Ferreira e com o Brondby, após uma pré-temporada que antevia melhoras em relação à época anterior.

«Os adeptos estavam a acreditar na equipa, criámos esse entusiasmo na pré-temporada, depois, começou a época oficial e destruímos isso», referiu. «Teríamos de ser nós a construir de novo essa dinâmica, com vitória sobre Marítimo e na Dinamarca», concluiu.