Paulo Vida continua a jogar à bola. Fá-lo agora no Ribeirão, um pequeno clube de uma pequena vila ao lado de Famalicão que esta quarta-feira cometeu a proeza de fazer a festa da Taça de Portugal em Vila do Conde. Na lotaria das grandes penalidades. A última, a decisiva, a histórica, curiosamente, foi marcada pelo nome com que se começou este texto: Paulo Vida! «Se estava nervoso? Fui escolhido para o fim exactamente para marcar alguém que não ficasse nervoso», conta.
Era por isso um bocadinho mau se estivesse nervoso. «Na realidade senti-me bem, senti-me normal, foi mais um penalty, embora tivesse sido um momento muito importante para as pessoas de Ribeirão. Pessoas que são muito sérias e merecem tudo». Era exactamente por isso que o avançado que já passou vários anos pela primeira divisão sorria. «Sabíamos que o clube nunca tinha passado esta fase da Taça de Portugal na sua história, pelo que foi uma grande penalidade histórica a que marquei. Mas acho que esta equipa merecia entrar na história do clube. Toda a gente, jogadores, técnicos dirigentes, mereciam isto».
Perguntou-se-lhe depois como está a correr esta aventura na II Divisão. Ele que já foi até emigrante no futebol francês. «Há muita qualidade no Ribeirão. Acho que é preciso estar mais atento aos jogadores jovens da II Divisão», começou por dizer. «O mais importante, e a razão pela qual ainda jogo futebol e particularmente jogo futebol no Ribeirão, tem sido transmitir a estes jovens do clube o que aprendi na minha carreira. Joguei em clubes de outro gabarito e farto-me de dizer a estes miúdos que se acreditarem neles ainda vão longe».