Os resultados desta jornada europeia deixaram a decisão para a sexta e última jornada.

Esperavam-se outros resultados, principalmente de FC Porto e Benfica e menos do Sporting, face à valia do adversário, mas o que é certo é que tudo vai ser decidido em Dezembro.

A possibilidade de sonhar do Sporting acabou e agora luta para se manter na Liga Europa.

Depende de si próprio para o atingir mas visita o adversário que ainda tem esperança de se manter na Europa e nada tem a perder.  Acredito num jogo de risco total do Legia Varsovia e o Sporting, com dois resultados que chegam para ir à Liga Europa, tem de igualar em vontade e capacidade de luta um adversário que vai dar tudo, porque no resto tem capacidade para seguir em frente.

FC Porto e Benfica, ao fim destas cinco jornadas, estão nesta situação por culpa própria. É certo que continuam a depender de si próprios para continuar na Liga milionária, mas já não há margem para o erro. Não conseguiram ganhar os seus jogos e com isso perderam a tranquilidade com que encarariam a sexta e última jornada e a capacidade para gerirem as várias competições internas.

Emoção não vai faltar em Dezembro.

Mas vamos aos mais e menos desta penúltima jornada europeia.

Mais

Nelson Semedo foi em termos individuais o grande destaque do Benfica em Istambul. Esteve seguro ao longo de todo o jogo e sempre muito capaz na sua posição. Marcou um grande golo que se perde num jogo louco mas fica a boa exibição do jovem lateral direito. Esteve bem a defender e com uma excelente capacidade física, que lhe permite dar profundidade e velocidade pelo seu corredor, sendo sempre uma das boas soluções ofensivas da equipa.

O Sporting-Real Madrid foi quanto a mim um jogo de duplas. Coates e Semedo entendem-se bem e fizeram um bom jogo. Bem posicionados, estiveram seguros e concentrados perante a mobilidade dos jogadores do Real. Fica a nota negativa no golo de Benzema, único lance em que Coates foi ultrapassado.

William Carvalho e Adrien funcionam bem e sabem os espaços de cada um. Fizeram um bom jogo, com o médio defensivo bem posicionado, com capacidade para ter a bola e entregar bem.  Adrien com boa dinâmica, a dar solução aos companheiros e quase sempre com bom passe. 

 

Oliver foi um elemento em destaque no FC Copenhaga-FC Porto. O melhor quanto a mim. O jovem espanhol descansou na eliminação em Chaves e apareceu bem em Copenhaga. A dividir-se entre a zona central e a esquerda do meio campo, esteve sempre bem posicionado e com disponibilidade para lutar pela bola. Deu o equilíbrio necessário e a ajuda a Danilo e foi sempre uma solução para os companheiros. Gosta de ter a bola e esteve bem no passe, com aproveitamento nos passes bem medidos e com a dinâmica que ofereceu à equipa.

Menos

A equipa do Benfica podia ser efectivamente uma nota mais, tivesse o jogo apenas 57 minutos, mas tem de ser naturalmente menos por permitir o empate depois de uma vantagem de três golos. Houve vários erros individuais mas o Benfica deve a si próprio enquanto equipa a responsabilidade deste resultado, pela forma como abordou a segunda parte. O conforto da vantagem ao intervalo era para continuar na segunda parte, mantendo a intensidade, a luta pela bola, as linhas sempre juntas e revelando a eficácia da primeira parte. O descanso fez bem ao Besiktas e veio uma equipa diferente. O Benfica tinha de contar com isso e não resolveu o jogo como devia. O golo aos 57 minutos manteve a equipa turca no jogo e o resto já todos sabemos. Gerir o resultado com tanto tempo pela frente, sem ter o controlo do jogo, pode resultar no que aconteceu.

 

Lindelof estava quanto a mim a ser das boas exibições do Benfica mas os erros cometidos perto do final do jogo comprometem a sua exibição, ainda para mais com influência no resultado final. O jovem sueco sai com nota negativa.

As substituições feitas por Rui Vitória não resultaram. A equipa já não respondia e apesar da entrada de Rafa para agitar o flanco esquerdo,  a de Samaris para dar consistência e estabilidade ao meio campo e os últimos minutos de Jimenez, nenhuma delas teve o efeito pretendido por Rui Vitoria.

Gelson esteve, para mim, abaixo do que esperava no Sporting-Real Madrid. Esteve pouco em jogo e nem sempre decidiu da melhor forma. Faz parte do seu crescimento e não está aqui porque jogou mal, mas porque espero sempre dele um momento desconcertante, um desequilíbrio em velocidade e isso neste jogo pouco aconteceu.

João Pereira foi expulso e com isso limitou as possibilidades de um resultado diferente. Se com onze era difícil, com menos um tornou mais complicado, apesar do Sporting ter empatado com dez (erro do adversário).  Podemos questionar o rigor da expulsão mas o lateral direito, como jogador experiente que é, sabe perfeitamente que não deve estar em confusões e muito menos em confronto, porque o resultado pode ser o que aconteceu e prejudica a equipa.

Otávio sentiu dificuldades, a jogar no meio. Zona mais povoada e, perante a intensidade e agressividade dos jogadores do Copenhaga, teve pouco tempo para pensar e agir com qualidade. Fica a capacidade de luta, mas fico com a ideia que, perante este adversário, numa zona lateral com movimentos interiores podia fazer mais a diferença. No meio isso não aconteceu.

 

Esperava maior intervenção do banco do FC Porto na segunda parte. Nuno não pensou assim e apenas mexeu aos 84m e 88m, sem expressão. A vitória garantia a passagem e perante a melhoria na segunda parte, esperava alterações que não se verificaram. Ficou a decisão para o Dragão.