Partimos para esta segunda mão com Real Madrid e Juventus com as viagens marcadas para Cardiff. Faltavam 90 minutos em cada jogo para o confirmar, mas todos sabemos que no futebol as surpresas acontecem por vezes.
Se em Turim tudo esteve controlado e o jogo foi gerido pela Juventus, no duelo de Madrid a remontada esteve no ar, mas acabou por não acontecer.
E começo por Madrid onde, no último jogo europeu no Estádio Vicente Calderón, os adeptos encheram o estádio e foram inexcedíveis no apoio à sua equipa. Na cabeça de todos a remontada e o desejo de festejar no final perante o eterno rival.
A tarefa era enorme, todos sabiam, mas os adeptos do Atlético responderam em massa e demonstraram a paixão e o quanto gostam do clube, apoiando a equipa de uma forma incessante.
Os jogadores e o seu líder Simeone sabiam que para inverter a desvantagem era preciso dar tudo e ter a felicidade a acompanhá-los em determinados momentos do jogo. Os 20 minutos iniciais foram reveladores para o que vinha esta equipa que, sem jogar bem, marcou aos 12m e 16m.
O Calderón acreditava. Uma entrada forte do Atlético, com intensidade e agressividade na luta pela bola e uma alma e uma vontade enormes, que se vivia dentro e fora do campo. A remontada e o sonho de marcar presença em Cardiff estava na cabeça de todos os adeptos do Atlético e de muitos que assistiam pela TV face a esta entrada da equipa.
Faltava ainda muito tempo e marcar mais golos…
Mas o Real é uma grande equipa e após o embate e os golos sofridos, estabilizou e passou a ter mais bola e a gerir melhor o jogo. O Atlético precisava ainda marcar mais um golo para igualar a eliminatória e um golo para o Real colocava-os em Cardiff. Um golo nesta altura fazia toda a diferença na eliminatória, no estado anímico de uma e outra equipa.
Acredito que ainda hoje e por muito tempo os jogadores do Atlético vão pensar como se deixaram ser ultrapassados no lance que deu o golo do Real e que acabou com o jogo.
O relógio marcava o minuto 42. A jogada extraordinária de Benzema e a forma como conseguiu passar por Savic, Godin e Giménez e assistir Isco. O resto é a extraordinária defesa de Oblak a remate de Isco e a recarga deste, a bater mal na bola e com Oblak a lançar-se e a bola a passar por cima do braço e a entrar.
A felicidade, de que falava acima, a estar do lado do Real Madrid. O erro defensivo do Atlético a marcar o jogo, a eliminatória e a adiar o sonho.
O ambiente ao intervalo foi de certeza de contrastes. Alegria por um lado e tristeza e frustração por outro, mas faltavam ainda 45 minutos.
A segunda parte foi de gestão do Real Madrid e menos Atlético e ainda assim Navas aos 66m, com duas grandes defesas, evitou males maiores e a incerteza para o que ainda faltava.
Notas finais para Modric e Kroos por parte do Real Madrid, que são fundamentais para todo o processo defensivo e ofensivo da equipa.
Isco voltou a fazer um bom jogo, como elemento com liberdade e foi decisivo.
Benzema fica marcado pela jogada brilhante e assistência para o golo de Isco.
No Atlético, Ferreira Carrasco foi aquele que mais perigo criou e desequilíbrios provocou na esquerda e na direita. Koke entrou com tudo o que tinha, intenso, agressivo, a ter bola, a pressionar... Saiu esgotado aos 75m e já nada havia para fazer.
Savic, Godin e Jimenez, tantos erros numa jogada…
Em Turim, a Juventus voltou a demonstrar a grande equipa que é. Leonardo Jardim tentou surpreender, com três centrais e Bernardo na zona central no apoio a Falcao e Mbappé.
O Mónaco foi atrás do resultado e da surpresa mas não conseguiu porque a Vecchia Signora controlou, geriu e resolveu o jogo.
A Juventus é mais forte e o Mónaco de Jardim só tem de estar orgulhosos do percurso que fez. Foram eliminados por uma grande equipa, que jogou com muita qualidade, e isso diz tudo.
Notas finais para Subasic, de longe o melhor do Mónaco. O guarda-redes fez grandes defesas e foi mantendo a equipa no jogo.
Mbappé marcou mais uma vez num jogo apenas de alguns pormenores, mas joga muito o miúdo.
Na Juve, Buffon fez o 150º jogo europeu – grande – a caminho da terceira final e com duas finais perdidas. Imagino a vontade de levantar a Taça à terceira…
Dani Alves voltou a fazer um grande jogo e desta vez além, da assistência num cruzamento com conta, peso e medida, a marcar de fora da área, após alívio de Subasic. Nem pensou, de primeira sem deixar cair a bola... Grande golo.
Mandzukic, além da qualidade que tem, trabalha muito e parece ter uma energia que não acaba, tanto está atrás no apoio a Alex Sandro como no apoio a Higuaín e em posição de finalizar. Grande jogo.
Higuaín, apesar de não ter marcado, é um jogador de muita qualidade e voltou a estar bem, na forma inteligente como se movimenta, como procura a bola, como pede no espaço, no apoio frontal, nas combinações com os companheiros. Apenas pecou na finalização.
Termino com a convicção de que vamos assistir a uma grande final em Cardiff.
Perante o que vi esta Juventus está preparada para ser campeã europeia… Veremos se o Real Madrid vai agarrar a oportunidade de ser a primeira equipa a vencer por duas vezes seguidas neste novo formato da Liga dos Campeões e colocar no seu museu a 12ª taça.
Falta muito para 3 de Junho??