Portugal iniciou mal este Mundial. Foi a pior entrada possível e este cenário não estava na mente de ninguém. Derrota com números expressivos. Aconteceu de tudo: erros de arbitragem, erros individuais e coletivos, expulsões e lesões que vão obrigar a mudanças no futuro.

Defrontamos um dos candidatos ao título mundial, mas a história deste jogo termina aos 36m. Até lá, o primeiro golo aos 11m e o segundo aos 31m revelaram a eficácia alemã. Cinco minutos depois, a expulsão de Pepe acaba com as hipóteses que Portugal poderia ter tido na discussão do resultado. A sua experiência obrigava-o a ter outro comportamento. A sua atitude colocou o árbitro em posição de decidir como o fez e a equipa ficou entregue a si própria. O terceiro golo surgiu já nos descontos da primeira parte e era pesado para o que aconteceu nos primeiros 45m.

O caminho para os balneários, levava uma equipa confiante e uma outra abatida. O intervalo serviu para recuperar e corrigir algumas coisas e preparar a equipa para os segundos 45m com a desvantagem que se verificava.

Paulo Bento reorganizou a equipa e retirou Miguel Veloso e colocou Ricardo Costa ao lado de Bruno Alves. Estava reposta a linha de 4 atrás. No meio campo, Meireles e Moutinho eram os elementos a quem se pedia equilíbrio e consistência. Nani era o terceiro elemento e procurava ser o jogador que saltava e apoiava Éder e Ronaldo. Tudo feito tendo em vista uma boa organização defensiva e a possibilidade de transição rápidas.

Portugal chegou uma ou outra vez, mas apenas aos 75m Neuer foi chamado a boa intervenção. Os livres de Ronaldo paravam na barreira e uma vez nas mãos de Neuer. Foi curto, mas foi o possível.

Do outro lado, a Alemanha fez a gestão do jogo, baixando a intensidade, trocando a bola à espera de uma abertura na defesa. O quarto golo acabou por surgir.

No meio disto tudo as lesões de Hugo Almeida (aos 28m) e a de Fábio Coentrão (aos 65m) dificultaram a estratégia e as opções para o próprio jogo. Tudo indica que as lesões os afastarão do que falta do Mundial. Problemas acrescidos, mas que Paulo Bento, dentro do lote dos 23, terá de arranjar as melhores soluções para as duas finais que vamos disputar.

Teremos a resposta no próximo domingo, mas na frente temos Postiga e Éder e para a lateral esquerda André Almeida, mas também Miguel Veloso pode ser solução. Mas este jogo já acabou e dentro de 6 dias retomamos o caminho para o nosso objetivo.

Foi mau, mas esta má entrada não deitou tudo a perder. Como referiu Paulo Bento, continuamos a depender de nós para o primeiro objetivo e é em momentos adversos que vemos quem somos. Apesar do momento complicado e da dificuldade em que nos encontramos vamos atingir o objetivo. Por isso, temos tempo para recuperar física e animicamente. Reagir e reagir bem e estamos a dois jogos dos oitavos. Este tem de ser pensamento. Não há outro. Espero uma forte e positiva reação e acredito que isso vai acontecer.

Conheço o selecionador e a forma como trabalha também nestes momentos e sei que vai levar a equipa a reagir. Já provámos que somos capazes de reagir e sempre como equipa. Conscientes do que fizemos mal, mas também do que podemos melhorar e apresentar porque contra os Estados Unidos somos obrigados a fazê-lo. Chegar aos oitavos de final depende de nós.

Eu acredito. Força Portugal.