«Acabou». Foi a palavra usada por Van Gaal perante os jornalistas no final da Taça de Inglaterra, que acabou por vencer. Referia-se ao final da época ou ao fim da ligação com o Manchester United? Confirma-se a ultima situação e Mourinho aparenta estar a caminho…

Também serve para Portugal: acabou a temporada futebolística. Lá como cá também as situações com os treinadores, com contrato ou não, são sempre noticia. Comecemos pelos últimos em acção. José Peseiro e Paulo Fonseca jogaram com as suas equipas o último jogo da época. Os dois com contrato, mas em situações diferentes. Peseiro esteve quatro meses na liderança e acabou a temporada a perder. Tem razão quando diz que foi uma época perdida para o FC Porto. Com mais um ano de contrato, e depois de tudo o que se passou, seria uma surpresa se continuasse. Tem a palavra a SAD do Porto e não há tempo para hesitações.

Paulo Fonseca termina a época com a conquista da Taça de Portugal e um trabalho de qualidade na liderança do Braga. 50 anos depois o Braga vence novamente o segundo troféu do futebol português. A questão, nesta altura, é saber se é possível fazer melhor na temporada que vem.

Para o presidente António Salvador a fasquia está sempre alta. Fonseca tem mais um ano de contrato. O que fez despertou a cobiça de clubes com outras ambições e, pelo que tem sido noticiado, tem mercado: é possível que saia. Tem a palavra António Salvador. Liberta o seu treinador para outros desafios ou fica com ele para atingir novos objectivos?

Na Luz, Rui Vitória entrou a vencer em ano de estreia: conseguiu o tri e venceu a Taça da Liga.

Tem mais dois anos de contrato e não tem havido notícias de saída, de renovação ou melhoria contratual. Na cabeça de Rui Vitória devem estar as férias merecidas e a preparação de uma nova temporada, de preferência sem o sobressalto da pré-época anterior.

A experiência de um ano nos mais diversos níveis traz seguramente outra bagagem para encarar uma nova temporada com a mesma exigência e as dificuldades que com certeza vão existir. Para já, só se ouviram elogios de Luís Filipe Vieira ao seu treinador.

Em Alvalade, a notícia foi a renovação de Jorge Jesus por mais um ano: tinha mais dois anos de contrato, passa para três. Para mim foi uma surpresa.

Nas palavras de Bruno de Carvalho, a decisão foi em nome de uma solidez de mais três épocas para consolidar métodos, equipa, ideias e filosofia. Se assim é porque não mais duas, três ou quatro épocas? Jesus foi contratado para ganhar e demonstrou isso desde a primeira hora em que chegou. Para quê mais um ano? Quando assinou por três anos foi, com certeza, para ter o tempo de construir e fazer crescer uma equipa, desde o início. Tudo normal.

Jesus referiu em entrevista que existiram outros factores, para alem dos financeiros, para a renovação. Acredito que sim: o reforço da equipa e a manutenção dos melhores estão na linha da frente. Não é mais um ano de contrato que trará a estabilidade, mas sim as vitórias e Jesus sabe disso. Importa entrar forte, a vencer na nova temporada.

Por último, uma questão que se prende com as eleições que o Sporting vai ter em Março do próximo ano. Quem ganhar sabe que terá Jesus no comando técnico até 2019. Para mim não faz sentido prolongar mais um ano do que aquele que já existia, para além do mandato presidencial. Se essa era a intenção, como percebemos que foi, por que não esperar pelas eleições e sendo já candidato, no caso de ganhar, então prolongar o contrato? Parecia-me a melhor solução e, caso não acontecesse, salvaguardava quem chegasse.

Termino com a certeza e indefinição em algumas equipas da nossa Liga. Em Paços, Setúbal, Guimarães ainda se procura treinador. Chaves fica com Jorge Simão, Capucho entra em Vila do Conde. Miguel Leal, Quim Machado, Sergio Conceição, Pedro Martins saíram das suas equipas.

Aguardemos pelas novidades.