Positivo

Benfica: o campeão foi o melhor e venceu com mérito a Liga Portuguesa. Melhor ataque com 58 golos e melhor defesa com 18 golos sofridos diz muito do que foi a sua Liga.

Sporting: superou as expectativas e termina o ano a ouvir o hino da Liga dos Campeões. Para o ano será de verdade. Leonardo Jardim, Rui Patrício e William Carvalho são os rostos deste novo Sporting. Se ficam ou não logo saberemos.

Estoril: novamente uma grande época e o quarto lugar. Com transformações na equipa, viu sair cinco elementos titulares, mas reconstruiu e esta época melhorou em quase todos os aspectos. Apenas marcou menos que o ano passado (42 contra 47 golos), mas de resto foi superior em tudo. Subiu um lugar, fez mais pontos (54 contra 45), ganhou mais (15 vitórias contra 13 vitórias), empatou mais (9 empates contra 6 empates) e perdeu menos (6 derrotas contra 11 derrotas) e sofreu menos golos (26 contra 37 golos). Grande trabalho de Marco Silva. Outros caminhos o esperam.

Nacional: regressou à Europa pela mão de Manuel Machado, como já tinha feito noutra passagem. Manuel Machado apresenta bons trabalhos por onde passa e este quinto lugar foi o resultado de uma equipa com qualidade e que se apresentou estável ao longo de toda a época. Rondon com 12 golos e Candeias foram os elementos de destaque.

Marítimo: os quatros anos de Pedro Martins chegaram ao fim. Pelo meio uma ida à Europa e um trabalho reconhecido. Este ano conseguiu o sexto lugar e a verdade é que todos os anos as condições foram diminuindo e a aposta nos jovens e jogadores desconhecidos com o intuito de os potenciar foi o caminho. Conseguiu sempre apresentar uma equipa competitiva. Este ano foi evidente o exemplo de Derley. Chegou desconhecido e afirmou-se como o elemento de maior destaque. Os 16 golos colocaram-no como segundo na lista de melhores marcadores. É um excelente cartão de visita. Veremos se continua.

Rio Ave: apesar do 11º lugar (foi sexto no ano passado), definiu, como disse Nuno Espírito Santo, a partir de certa altura como objectivo a luta pelas taças. É finalista nas duas e está de parabéns e merece destaque. Alguns jovens de qualidade podem ir para outras paragens.

Vitória de Setúbal: se na altura em que entrou José Couceiro dissessem que os sadinos seriam sétimos classificados no final poucos acreditariam. A mudança de treinador resultou em pleno e Couceiro agarrou a equipa e foi vê-la crescer ao longo da temporada. Entre jovens a despontar e a demonstrar qualidade, a atitude competitiva e a qualidade de jogo da equipa foram evidentes. Rafael Martins foi o goleador de serviço e 15 (37 por cento) dos 41 golos são dele.

Arouca: Em ano de estreia na Liga principal o Arouca conseguiu a manutenção. O mais difícil foi conseguido e com muitos portugueses no plantel. A aposta de Pedro Emanuel foi acertada e o trabalho positivo.

Negativo

FC Porto: época nada habitual, com mudança de treinador pelo meio e apresentação de um novo ainda antes de terminar. Temporada para esquecer e ao mesmo tempo para recordar e retomar rapidamente o fio condutor. O terceiro lugar reflecte a qualidade de jogo apresentada e as exibições foram insuficientes para a exigente plateia do Dragão. Lopetegui já foi apresentado e com certeza terá ideias sobre o que pretende implementar. Ver o clássico não é suficiente para avaliar a equipa e já percebeu a responsabilidade de elevar a qualidade e rendimento da equipa. Pinto da Costa afirmou na sua chegada que quer construir uma equipa sólida com garantias. Veremos quem sai e quem entra. Com um defeso longo muita coisa vai acontecer. Jackson foi o melhor marcador da Liga e os seus golos (20) valeram 35 por cento do total da equipa.

Sp. Braga: a chegada de Jesualdo indicava mudança de ciclo mas não chegou ao fim. Jogadores novos e construção de uma equipa normalmente significam a necessidade de tempo. Não houve. Jorge Paixão estreou-se na Liga principal e tentou inverter e melhorar a situação. Não conseguiu. O nono lugar não deixa Salvador satisfeito, mudanças são esperadas.

Paços de Ferreira: a única equipa para quem ainda não terminou. Os jogos com o Aves estão aí e uma segunda vida ainda existe. O que vimos esta época foi uma equipa que entrou numa espiral negativa, sem forças para sair e encontrar um caminho tranquilo. Foram três os treinadores e o resto do trabalho que falta para Jorge Costa não tem nada a ver com treino ou estratégia. Conseguir recuperar os jogadores animicamente e fazê-los perceber que em cinco dias e 180 minutos se decide a época e como um sonho se pode tornar em pesadelo. O bom rendimento de Bebé e os seus 12 golos passam despercebidos na incapacidade colectiva.

Olhanense: para já o único que desceu à segunda Liga e veremos se terá força para se reerguer. Anos complicados terminaram com a compra da SAD no final da época passada e os passos dados não foram os melhores. Desde inúmeros jogadores à experiência e dificuldades para construir uma equipa foram apenas alguns elementos visíveis a todos. O resto foi a pouca qualidade apresentada e a incapacidade para inverter o rumo da descida.