Temos Quaresma ou não?

A lesão chegou em péssima altura e a questão está ainda sem resposta mas é o assunto do momento para nós.

Este Europeu começou com a França a vencer, mesmo no final, com um fantástico golo de Payet que tem uma grande história de vida - o futebol foi o seu caminho para o estrelato. Mais oito selecções, mais jogos mas para já o equilíbrio tem sido a nota dominante: a diferença mínima de golos reforça esse facto.

Alemanha e Itália foram, até a altura em que escrevo, as única seleções a vencer por dois golos de diferença. E Joachim Löw não prescinde do menino que marcou o golo na final do Campeonato do Mundo. Pouco utilizado no Bayern de Pep Guardiola, Götze tem lugar no onze da Alemanha. E, entre os mais experientes, Schweinsteiger saltou do banco para fazer o segundo golo. Continua a ser sempre forte e candidata a formação germânica.

Nestas competições estamos sempre à espera de ver quem serão as estrelas. Serão os consagrados ou surgirão outros jogadores, sem esse estatuto, a surpreender?

Pogba, Lewandoski, Modric, Ronaldo, Rooney, Iniesta, Bale, Hazard entre outros nomes estão na mira de todos: é deles que se espera um registo apreciável. Mas, como sempre, surgem surpresas e veremos se os jovens presentes como Dier, Sterling, Kapustka, João Mário e outros se afirmam e passam eles a estrelas da competição.

Uma nota só para dizer que olhar para o estreante País de Gales e não ver Ryan Giggs no onze é uma pena: a sua carreira merecia a presença num Europeu ou Mundial mas tal nunca aconteceu. Não era possível levá-lo mesmo assim? Claro que não! É a vida: com certeza estará a torcer pelo bom desempenho do seu país.

Mas vamos à nossa seleção. Saber se teremos Quaresma é a conversa que começou há uns dias e se vai manter até a hora do jogo. A sua presença no onze era uma forte possibilidade, agora a questão é saber se faz sentido jogar já ou recuperar e fazer o que seja necessário para estar bem no resto dos jogos.

Se estiver em condições e sem nenhum tipo de dúvida deve, no meu entender, jogar de início, mas como sempre a decisão cabe a Fernando Santos.

Na nossa seleção espera-se como sempre tudo de Ronaldo. Está habituado a essa pressão e expectativa por parte dos portugueses e veremos se este será o seu Europeu. À partida está entre as estrelas, mas falta confirmar. E João Mário, André Gomes, Raphael Guerreiro ou outro, não poderão também sê-lo?

Estamos prontos para começar e aguardar por bons desenvolvimentos. Mantendo a linha do que escrevi há duas semanas: o meu onze para o jogo com a Islândia teria apenas uma alteração, no pressuposto de Quaresma estar sem limitações.

Patricio está muito bem e dá segurança. Nas laterais, o adaptado Vieirinha e o jovem Guerreiro têm liberdade sempre que necessário para darem profundidade e dinâmica pelos corredores. De Pepe e o do jovem Ricardo Carvalho espera-se solidez e acerto.Danilo estará lá para o que faltar e dar o apoio e consistência aos três médios. Moutinho preparou-se para comandar. É isso que espero dele: liderança num sector vital e com a ajuda dos três jovens que o vão acompanhar.

De João Mário e André Gomes esperam-se desequilíbrios e perfume com a bola nos pés.

Na frente espera-se que sejam decisivos. De Ronaldo espera-se tudo: que seja o seu melhor Europeu. Quaresma seria provavelmente o eleito para fazer companhia: o que fez nos jogos de preparação chega para ganhar um lugar no onze. A sua lesão poderia fazer com que tudo voltasse ao desenho inicial, com Nani de início. Esperemos pela confirmação disto tudo.

Força Portugal!