A duas jornadas do fim da época o Sporting viu definida a sua posição na classificação. O terceiro lugar, com a consequente disputa do play off de acesso à Liga dos Campeões entre 18 e 26 de Agosto próximo é o que espera no arranque de 2015/16.

Não era o esperado, pelos objectivos definidos pelo Presidente mas é, quanto a mim, o lugar correspondente à qualidade do plantel e ao desempenho ao longo de uma época longa. Os dois clubes que estão acima têm mais qualidade e soluções e continuam a lutar entre si para conquistar o título.

A verdade, do meu ponto de vista, é que não estavam ainda reunidas as condições para o clube lutar com as mesmas armas que os adversários. O Sporting tinha tempo para se preparar da melhor forma e este mandato da direcção eleita servia para arrumar a casa, financeira e desportivamente, e partir para novos objectivos quando estivessem reunidas as condições.
 

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O Presidente entendeu que o momento de ter outros objectivos tinha chegado e elevou as expectativas. O resultado é conhecido com toda uma série de acontecimentos ao longo do ano. O pensamento não mudou para a época que vem e os objectivos vão ser os mesmos. Mas quais são as implicações e os cenários deste terceiro lugar no que aí vem?

Uma coisa é certa. Nesta nova época os desafios para o Sporting são diferentes e mais difíceis. No ano passado houve entrada direta na Liga dos Campeões, agora não - e isso faz logo diferença. As decisões começam mais cedo e marcar presença novamente na Liga dos Campeões vai depender de vários factores. Desde logo, a construção do plantel. Quem vai sair, quem vai ficar, quem serão os jovens que vão entrar e como vai ser com os eventuais reforços?

A construção de um plantel faz-se destas variáveis e com a necessidade de ser assertivo nas escolhas. A importância de ter um plantel capaz de responder aos desafios logo em agosto é o que se pretende.
 

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O Presidente já afirmou que o Sporting não tem necessidade de vender mas acredito que o fará neste defeso. Vai ser neste binómio de possíveis vendas e reforço do plantel que vai andar o pensamento e as acções de quem dirige.

Pelo meio, a questão do treinador
que parece-me não estar resolvida, apesar dos mais três anos de contrato de Marco Silva: as respostas surgirão após a final do Jamor, a 31 de maio.

Uma época com estas características obriga a um planeamento bem definido mas surgem sempre imponderáveis e há que estar preparado. Poucas semanas depois do início da preparação surge a primeira decisão da época: será o play off, ou a Supertaça (caso vença a Taça de Portugal)?

Ter o plantel pronto e competitivo
, com mais soluções, é o que se pretende.

E será o Sporting cabeça de série na Liga dos Campeões, tendo com isso a possibilidade de ter pela frente um adversário menos cotado? Veremos com o fim das ligas europeias quem serão os eventuais adversários e esperamos pelo sorteio. São dois jogos em que tudo pode acontecer, independentemente da valia do adversário.

Vencer é marcar presença na Liga milionária e arrecadar 12 milhões de euros.

 

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Mas o risco da não entrada na Liga dos Campeões está presente. A desilusão seria evidente, os cofres de Alvalade teriam menos dinheiro, mas de maneira nenhuma isso poderia representar um desvio no pensamento de representar com orgulho o Sporting noutra competição.

Os cenários existem e são claros.

Mas até que ponto deve o Sporting reforçar-se para entrar na Liga dos Campeões?
Deve fazer uma aposta forte, na expectativa da entrada do dinheiro, ou um reforço à medida das possibilidades do momento? Para mim a segunda opção é o caminho. E se a passagem for uma realidade, o que eu espero, restam cinco ou seis dias até ao fecho do mercado para se reforçar em caso de necessidade – desde que esse reforço que seja efetivamente uma mais valia.

Por ultimo, a luta pelo titulo para esta nova época mantém-se. As palavras do Presidente já tiveram eco e a exigência e as expectativas voltam a ser elevadas. Só palavras não chegam, é preciso o reforço na exacta medida, perante adversários de peso e com qualidade.

O Porto e o Benfica partem, quanto a mim, à frente
e estão nesta altura ainda num patamar superior ao Sporting. Veremos o comportamento de cada um dos clubes neste defeso, entre entradas e saídas e de que forma se vão apresentar no inicio da temporada.

Ao Sporting, como referi acima, os desafios são novos e diferentes. A abordagem tem de ser assertiva e sem espaço para erros.

Para já, e apesar de o lugar na classificação estar definido, há uma Taça de Portugal para ganhar e a capacidade para manter a equipa ligada pode ser a diferença entre a alegria e a tristeza no final.