Como é que um jogador do Southampton e dois do Benfica se podem tornar amigos do peito? Pois é, os estágios da selecção nacional fazem destas coisas e no caso de Feliciano Condesso, Ricardo Janota e Pedro Correia a amizade iniciou-se nos sub-17. «Ficámos amigos porque quando eu fui chamado à selecção estava a jogar em Inglaterra. Era o único jogador do estrangeiro e não estava lá ninguém do Vitória de Setúbal. Como do Benfica era só o Ricardo Janota e o Pedro Correia e fiquei mais próximo deles. Até fora da selecção já passámos férias juntos», desvenda o médio que vai alinhar por empréstimo em Espanha, até final da época.
A estreia e fama ganha por Pedro Correia no Dubai passou imediatamente a fronteira. A sociedade actual tem destas coisas. «Soube por uma mensagem que a minha mãe me enviou, depois vi pela Internet e fiquei muito contente. Mandei-lhe uma mensagem a felicitá-lo», diz sorridente Feliciano Condesso.
Nesta conversa com o Maisfutebol o internacional português reforça a ideia que o lateral do Benfica não é um habitual marcador de grandes penalidades: «Na selecção ele não marca, porque o marcador dos penalties é o Bruno Gama, mas ele marcava nos treinos.»
Condesso reforça que este é um bom momento para Pedro Correia pois «é sempre bom ser falado e marcar um golo na estreia». A amizade que une o médio ao lateral do Benfica é grande e o jogador que trocou o Vitória de Setúbal por Inglaterra, com apenas 16 anos, até já trata Pedro Correia da mesma forma como é conhecido no Benfica: «Para o Pedrinho é só uma questão de ter oportunidades e de não ter o seu valor ofuscado por jogadores com mais rotatividade. Ele era quase desconhecido e com esta oportunidade deu nas vistas. Agora o importante é que jogue e com a saída do Alcides fica mais fácil para ele.»
A forte ligação já passou a vertente profissional. «Este ano não passámos o Reveillon juntos porque eu no dia 1 tinha de estar em Inglaterra, mas nos dois anos anteriores passámos juntos. Fomos para o Algarve», recorda o médio.
Na hora de desvendar um pouco da personalidade de Pedro Correia, Feliciano Condesso solta de pronto: «O Pedrinho é divertido, amigo e quando estamos juntos estamos sempre na brincadeira. Como o Ricardo (Janota) não foi a Macau eu fiquei com ele no mesmo quarto e foi divertido. Estamos sempre a pregar partidas aos nossos colegas para tentar animar a malta. Para passar o tempo até fazemos montagem de fotos dos nossos companheiros. (risada) Jogamos computador e falamos na Internet com os amigos e família. O normal», explica.
«Só quero que o ano me corra bem»
Uma amizade normal entre dois jovens da mesma idade. Condesso acompanha de longe o momento de felicidade vivido pelo amigo Pedrinho e também ele deseja ser feliz, agora em Espanha: «Estou há uma semana no Villarreal e já fiz dois treinos com a primeira equipa. É sempre bom. A adaptação está a ser fácil, os companheiros são bons e só quer trabalhar para ter mais oportunidades para treinar com os principais e jogar.»
Emprestado pelo Southampton, Condesso está integrado na segunda equipa do clube espanhol e só quer jogar: «Trabalho para estar apto e ser opção. Muita coisa pode acontecer.»
Feliciano Condesso deixou o V. Setúbal com 16 anos para se aventurar em Inglaterra. Foi contratado pelo Southampton, clube com o qual ainda tem contrato, e não pensa regressar a Portugal nos tempos mais próximos. Só para representar a selecção de sub-20: «Por agora o saldo no estrangeiro não foi negativo e espero continuar a carreira fora de Portugal. Só quero que o ano me corra bem. Vou trabalhar para ver o que acontece. Ainda falta muito tempo para o Mundial.»