Em Fátima mora um guarda-redes que faz milagres. Pedro Duarte não sofre um golo há 1154 minutos. Se conseguir manter as redes invioladas mais 37 minutos, bate o recorde que pertence a Vítor Baía. O guarda-redes do F.C. Porto tem a 11ª marca mundial e por isso merece elogios do inesperado «rival»: «É o melhor guarda-redes português. Foi e será durante muito tempo. Nesta altura não há ninguém que tenha as qualidades que ele tinha aos 20 anos.»
O Fátima é o líder isolado da Serie C da II Divisão, com apenas uma derrota e dois empates. O adversário da próxima jornada é o nada mais nada menos que o Tourizense, a única equipa que este ano marcou golos a Pedro Duarte.
«É o começo da segunda volta, contra o Tourizense, equipa que nos marcou três golos até aos 16 minutos da primeira parte, vamos tentar entrar mais concentrados desta vez para ver se a situação não se repete», desejou o guarda-redes.
Pedro Duarte até já representou o Estrela da Amadora, no final da década de 90, mas nunca chegou a jogar. Prestes a completar 35 anos, o guarda-redes mostra-se tranquilo perante a possibilidade de conseguir aquele que seria o feito mais importante da carreira: «Procuro nem pensar nisso. É entrar para o jogo como temos entrado sempre, pensar na vitória e tentar esquecer esse pequeno pormenor, que no fundo não interessa. O que interessa é a vitória da equipa.»
Para o técnico do Fátima, Rui Vitória, o mais importante também é o triunfo no próximo domingo, mas ajudar Pedro Duarte a bater o recorde também vai ser um objectivo.
«Nós agora estamos muito perto de atingir esse recorde, apesar de não ser o nosso objectivo fundamental. Gostaríamos que isso acontecesse porque seria um marco importante para o clube, que também merece. Vamos ter essa preocupação mas também não vamos fazer disso o nosso cavalo de batalha», disse o líder da equipa.
O técnico admite que só com alguma felicidade a equipa conseguiu estar doze jogos sem sofrer golos, mas não deixa de destacar o trabalho dos jogadores: «Não é fácil estar tantas jornadas sem sofrer e já tivemos algumas situações em que tivemos a sorte do nosso lado, mas acima de tudo é o trabalho e o emprenho e a qualidade dos jogadores que tem feito a diferença.»