O que será mais forte, o cansaço de um jogo exigente, e no estrangeiro, a meio da semana, ou apelo à superação por defrontar um crónico candidato ao título? Para Pedro Emanuel, se jogasse no totobola, seria claramente um 2.
«A motivação de defrontar de seguida os dois primeiros classificados de dois campeonatos europeus supera qualquer desgaste físico, além do regresso a casa, junto dos nossos adeptos, que tão bem nos representaram lá fora. Por isso, queremos retribuir o carinho e atenção que nos dispensaram», atirou o jovem técnico, no lançamento da partida com o Benfica.
«Vamos recebê-lo com o respeito e motivação que nos exige o líder da tabela, pela qualidade que tem e demonstra no seu jogo, mas respeitando os nossos princípios e não abdicando da ambição de podermos fazer melhor a cada jogo que passa. Vamos apresentar uma equipa competitiva, com rigor e critério, na busca dos nossos objetivos», reforçou
As baixas do lado dos encarnados, com Luisão a engrossar esse lote já depois das vendas de Javi Garcia e Witsel, vieram naturalmente à baila, mas o treinador da Briosa até se ri quando houve perguntar se o adversário estará mais fraco...
«Acho piada a essa pergunta quando se sabe das soluções de um plantel como o do Benfica, que, apesar de perder dois elementos, e mesmo Luisão, tem uma qualidade inegável. Poderá é apresentar dinâmicas diferentes, além de uma possível gestão pela jornada europeia. Nesse particular, aliás, tem mais possibilidade de o fazer que Académica.»
Quando se ganha, nem é preciso treinar?
Ainda sobre o jogo em Plzen, que marcou o regresso da Académica às competições internacionais 41 anos depois da última participação, Pedro Emanuel garantiu que o resultado em nada irá afetar o jogo deste domingo e que os erros cometidos serão alvo de correção:
«Motiva ainda mais, pela forma como aconteceu e o desenrolar do jogo. Chegámos à vantagem em casa de adversário forte, conseguimos manter o nosso rigor, e só perdemos em pormenores, que, claro, fazem a diferença em alta competição. Mas em termos competitivos tentámos jogar o jogo pelo jogo, com as nossas armas, como será amanhã»
Com seis jogos oficiais disputados, repartidos por quatro provas, os estudantes ainda procuram o primeiro triunfo da época. A demanda, ainda que premente, não está a tirar o sono ao plantel, palavra de treinador:
«Para sermos melhores a cada dia que passa, aí, temos um pouco de obsessão, sim. São 14 novos jogadores que estão a identificar-se cada vez mais com uma nova realidade. Essas rotinas, só o tempo proporciona, agora se quisermos comparar arranques de cada época, pode haver muitas conclusões¿»
«Estamos próximos do que perspetivamos no modelo e forma de jogar, mas ainda falta muito trabalho. Só sete ou oito jogadores transitaram da época passada, reconstruir nunca é fácil, exige tempo, rotinas, com uns jogos que correm melhor, outros pior. Ganhar não é uma obsessão, mas sim uma ambição», acrescentou.
Sem poder, claro está, adivinhar quando irá surgir esse almejado «clique», o técnico deseja-o o mais rapidamente possível: «Todas as vitórias mudam o estado de espírito. Quando se ganha, dizem, quase não se precisa mais de treinar. Não concordo, por que sou um bocado perfecionista. A perfeição não existe, mas devemos procura-la.»
Da preparação, destaque para o regresso aos treinos de Nivaldo, que falhara a sessão da véspera, quanto Halliche estará definitivamente afastado da partida. Devido ao pouco tempo de preparação para o jogo, Pedro Emanuel agendou um último apronto para a manhã deste domingo, dia da partida, no estádio, findo o qual será divulgada a lista de convocados.