«Há vida para além deste jogo mas tem uma carga emocional grande para os dois clubes. Será um feito histórico para quem for à final. Poderá marcar uma época. Já vivi isto enquanto jogador e sei que ninguém se lembra no próximo ano de quem foi às meias-finais.» É desta forma, bem pragmática, que Pedro Emanuel analisa o próximo encontro dos estudantes, para a Taça de Portugal, que pode ditar o regresso da Briosa ao Jamor 43 anos depois.

O jovem técnico sabe bem do que fala e, por isso, perspectiva uma luta titânica, na próxima terça-feira, em Santa Maria da Feira. Depois da vitória tangencial (1-0) no primeiro jogo, os estudantes partem em vantagem, mas Pedro Emanuel não quer fazer a gestão da eliminatória:

«Temos de eliminar a Oliveirense, o que não será fácil. Poderemos escrever um futuro bonito mas neste momento nada está concretizado. Estamos no intervalo de uma eliminatória. Sabemos que não foi fácil na primeira mão e não esperamos nada menos que isso para a segunda mão. Queremos apresentar-nos ao melhor nível e vamos jogar para vencer, nunca para o empate.»

«Esperamos uma Oliveirense bem organizada, com princípios bem definidos, aguerrida na forma de jogar e organizada sem bola. Não esperamos facilidades e não será certamente um passeio. Mas o nosso grupo está unido, demonstra alegria a cada dia que passa e só temos de estar satisfeitos com aquilo que temos. Esse é o meu maior orgulho, trabalhar com um grupo com esta humildade», acrescentou.

Num olhar retrospectivo, o técnico lembrou os momentos vividos a caminho do Jamor, quando era jogador e comparou-os com o momento actual. «A Taça de Portugal é uma festa de atletas. Marca a carreira de um treinador mas para um atleta a vivência é muito maior. Merecemos isso, pelo grande espírito de sacrifício que apresentamos», finalizou.

A equipa apresenta-se praticamente na máxima força, uma vez que apenas Orlando e Diogo Gomes, ambos a recuperar de cirurgias, são, há muito, os indisponíveis para o jogo.