O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

Pedro Oliveira: Bessa, Antas e Luísa Todi no caminho para França

PEDRO OLIVEIRA, US CRÉTEIL-LUSITANOS (FRANÇA)

Olá, leitores do MaisFutebol,

Há umas semanas, juntei-me a esta boa iniciativa das crónicas Made In e hoje escrevo a 2º parte (resumida) da minha aventura. Desta vez, um pouco mais sobre a fase da carreira Além-Fronteiras!

Emigrei na época de 2006/2007 para a Roménia, para o CFR Cluj. Na altura, um foi «salto no escuro». Senti algum receio mas o projeto era bom, ambicioso.

Liderei um «gangue» de portugueses que abriram a porta a muitos outros, jogadores que aproveitaram o nosso sucesso para se imporem no futebol romeno. Cheguei com o Semedo, Manuel José e Cadu e passados 12 meses já lá estavam mais sete: André Leão, Fredy, Nuno Claro, Vitinha, Tony, Amoreirinha e Dani.

Fizemos de um clube de meio da tabela e sem expressão a nível nacional, uma equipa campeã e que se assume cada vez mais em termos internacionais! Para isso contribuiu a boa-vontade de um milionário que juntou o amor que tinha pela cidade (Cluj) com a paixão pelo desporto-rei.

Infelizmente, tive de partir. Nasceu a minha filha e a Roménia ainda está um pouco atrás do resto da Europa em termos de suporte médico. Isso e um treinador menos «simpático» fizeram com que, com pena, acabasse por pedir para sair.

Seguiu-se Itália e o Modena. Um clube grande, sem problemas financeiros, estádio cheio e amigos que trago comigo até hoje e para sempre. Saí após uma grande temporada para ganhar mais dinheiro mas foi mais uma decisão errada: Arezzo e Pisa.

Em Itália há uma enorme paixão pelo futebol, mas há também muita gente que se aproveita para fazer negócios «estranhos».

No ano passado, e já cansado de tantos processo em tribunal por clubes mal-pagantes, optei por voltar a casa. Assinei pelo Portimonense. Foram seis meses que deram para perceber que ali mora um clube (cidade) que merece a Liga!

Este ano, abracei um projeto ambicioso. Vim para o Créteil, equipa do terceiro escalão francês. Foi um risco controlado pelas garantias dadas pelo líder, Armando Lopes.

Com o apoio do vice Fernando Lopes, Francisco Cunha e do diretor José Ferreira (exato, todos nomes «tugas»), fez uma equipa com ambição, numa mistura de jovens ambiciosos com malta mais experiente que fez de nós o líder incontestado desta divisão!

Estamos na 31º jornada (de 38) e temos 68 pontos, mais 11 que o histórico Metz, segundo classificado.Temos 21 pontos de avanço sobre o 4º lugar e sobem três equipas, por isso já ninguém duvida que para o ano estaremos a jogar na League 2, contra tubarões como o Monaco, Nantes, Lens ou Auxerre.

Esperamos festejar a subida já esta semana e o titulo estará para breve.

Já tenho o meu cachecol de Portugal pronto para desfilar no estádio!

Grande abraço e até breve,

Pedro Oliveira»