Reunidos em Assembleia Geral dupla, nesta quarta-feira, os clubes da Liga elaboraram uma declaração conjunta a pedir ao Governo e a Direção Geral da Saúde para que autorize o regresso do público aos estádios.

«Os clubes do futebol profissional (…) manifestar ao Governo e às autoridades portuguesas, incluindo de saúde, nos termos mais veementes, que esta discriminação em relação às demais atividades económicas tem de cessar, e imediatamente. O futebol profissional pretende que as autoridades de saúde aceitem o regresso imediato do público aos estádios de futebol pois cada um deles foi vistoriado e aprovado pelas autoridades de saúde e cumprirá escrupulosamente as regras que a saúde pública impõe», refere o comunicado.

Os clubes argumentam que o futebol «tem sido um exemplo na prevenção dos comportamentos de risco», e recorda os sacríficos impostos pelo fim da II Liga e os custos associados ao plano de testagem.

«Os clubes que tiveram este comportamento responsável não reclamam o prémio correspondente, apenas exigem um tratamento paritário com as demais atividades, designadamente da área dos espetáculos não desportivos», refere o documento.

Para a próxima sexta-feira está agendada uma reunião entre Liga, Direção Geral da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde, na qual será discutida a questão do acesso do público aos jogos de futebol. No dia seguinte (sábado) vai realizar-se o jogo entre Santa Clara e Gil Vicente, que marca o regresso dos adeptos aos jogos da Liga, e que servirá também de teste.

Também os próximos jogos da Seleção, frente a Espanha e Suécia, agendados para outubro, vão ter público em Alvalade (5 e 10 por cento da lotação, respetivamente).

Contas aprovadas e nova sede ratificada

A primeira das duas Assembleias Gerais desta quarta-feira aprovou o Relatório e Contas 2019/20, que registou um lucro de 1,26 milhões de euros.

O líder da Liga, Pedro Proença, apresentou ainda o projeto da nova sede do organismo, que resulta de uma parceria com a Câmara Municipal do Porto, e que tem conclusão prevista para 2023. Nenhuma das sociedades desportivas presentes votou contra esta proposta.

A reunião serviu também para aprovar uma alteração ao regulamento que permite que, excecionalmente, os clubes possam inscrever até 30 jogadores na categoria sénior, até sete jogadores na categoria de sénior de primeiro ano que tenham sido juniores A da Sociedade Desportiva ou clube fundador, até 22 jogadores inscritos na categoria de clube satélite ou fundador como juniores ou juniores B a participarem no campeonato de sub-23 e 31 jogadores com idade até aos 23 anos.