Sete golos sofridos, um marcado. Dois jogos, duas derrotas. A equipa de Manuel Fernandes é apenas mais um sintoma de que a Superliga precisa do emagrecimento anunciado e que coloca FPF e Liga de Clubes em campos opostos. O Penafiel entrou de rastos no regresso à companhia dos «grandes» e saiu mal tratado das duas primeiras jornadas, frente a adversários que lutam por lugares acima do meio da tabela.
Os resultados do último classificado demonstram a competitividade que existe num campeonato com 18 equipas. Se a filtragem dos eleitos a competir no primeiro escalão não for maior, o desnivelamento entre políticas desportivas, qualidade dos plantéis e, por consequência, de resultados aumenta. Para quem gosta de goleadas, uma liga com 30 ou 40 equipas seria o ideal. Para prefere bons espectáculos e pretende a evolução do jogo no seu país, a redução é uma obrigação.
Jogar para não descer é lei para mais de metade destes 18 clubes, entre os quais o Penafiel. Esse paradigma é exactamente a antítese do que é o futebol. Entrar em campo para somar pontinhos torna-se a negação do talento, do espectáculo. O «se eles podem, por que não podemos nós?» é uma justificação irritante. Há países que se podem dar ao luxo de ter 20 ou 22 equipas, porque geram receitas, porque cativam adeptos, porque têm mais condições, melhores infra-estruturas, maior capacidade organizativa. Portugal não é, definitivamente, um deles...