Os treinadores das camadas jovens do Penafiel demitiram-se em bloco. Foram vinte e seis demissões de técnicos de equipas que vão desde as escolinhas aos juniores. Apenas se mantêm em funções, para já, os quatro elementos do corpo técnico juvenil que ontem, quarta-feira, não foram trabalhar e que por isso ainda não transmitiram uma posição, não sendo certo porém que também eles não se venham a demitir.
Na génese desta tomada de posição colectiva está a nomeação de Drulovic para treinador principal. Mas não quer dizer que não seja uma situação irreversível. «Ainda não tinha pensado nisso, é uma questão que me apanha desprevenido», disse ao Maisfutebol João Andrade, o antigo coordenador do futebol juvenil. «Penso que pode ser reversível, desde que o Drulovic não fique como treinador principal dos juniores».
O principal mentor desta revolta no seio das camadas jovens do Penafiel explicou depois a razão da demissão colectiva. «Não tem nada a ver com a pessoa do Drulovic em si», frisou. «Não tenho nada contra o Drulovic e até tive oportunidade de dizer à Direcção que gostava muito de ter o Drulovic na equipa técnica, como adjunto, por exemplo. Tem a ver com o facto de me ter sentido ultrapassado nas minhas funções por uma imposição da Direcção».
João Andrade considera que foi colocado em causa um projecto com muitos anos. «Não podia aceitar desta forma uma imposição. Nem tem a ver com a forma como as coisas foram conduzidas, gostava que tivessem sido de outra forma mas não foi essa a razão principal, a razão foi mesmo a obrigação de acolher Drulovic como treinador principal dos juniores sem ter sido consultado e sem poder fazer nada».
As restantes vinte e cinco demissões vieram por solidariedade, sobretudo para com um longo trabalho. «Não posso dizer que não tenham vindo por solidariedade comigo, mas vieram por solidariedade sobretudo com um projecto de vinte anos que não pode ser colocado em causa desta forma»
A direcção do Penafiel, com António Oliveira no estrangeiro, ainda não quer tomar uma posição oficial. Mesmo assim, e ao que foi possível apurar, os dirigentes afirmam-se surpreendidos e magoados, mas vão adiantando que não há insubstituíveis.