Jackson Martínez marcou seis golos nos últimos sete jogos e parece ter voltado a um nível alto de rendimento. Em setembro, Paulo Fonseca chegou a admitir que o colombiano não estava no seu melhor momento.

«Apesar dos golos que marcou no campeonato, o rendimento de Jackson não tem sido constante e isso pode acontecer por vários motivos», disse o treinador do FC Porto. Nesta altura, as críticas descem de tom e Jackson intensifica a perseguição ao melhor marcador do campeonato, Fredy Montero.

Montero contabiliza 13 golos na Liga contra 11 de Jackson. A diferença reside em dois castigos máximos convertidos pelo avançado do Sporting.
O dragão, por seu turno, deixou de bater grandes penalidades.

Nesta sexta-feira, o avançado do FC Porto reencontra o Olhanense, adversário que lhe começou a provocar o trauma em torno dos penálties. Algo que se intensificou no clube portista e que ganhou intensidade com uma oportunidade desperdiçada por Josué, infalível até então, em Madrid.

Na época passada, os dragões perderam os únicos pontos caseiros frente à formação algarvia. Tiago Targino surpreendeu o FC Porto, Jackson Martínez fez o empate mas desperdiçou a oportunidade soberana para a reviravolta (1-1).

«Lembro-me bem, tivemos sorte nesse momento. O Jackson já tinha marcado mas falhou um penálti. A sorte também faz parte e só assim o Olhanense conseguiu sair do Dragão com um ponto», frisa Targino, agora jogador do AEL Limassol.

Um trauma a que Jackson deixou de resistir

O FC Porto falhou cinco castigos máximos na última edição da Liga, algo que comprometeu seriamente as aspirações de revalidação do título. Os dragões viriam a contornar as dificuldades, ultrapassando o Benfica na reta final.

Lucho González falhou um penálti no clássico frente ao Sporting mas a vitória não fugiu (2-0). Com Jackson Martínez, a história foi diferente. Duas oportunidades falhadas a custar quatro pontos à formação azul e branca.

Tudo começou então com o Olhanense. A formação algarvia adiantou-se no marcador, o colombiano fez o empate mas, quando teve a reviravolta na ponta dos pés, atirou para a bancada. Bracali agradeceu.

Jackson procurou resistir aos primeiros sintomas de trauma. No jogo seguinte em casa, voltou a arriscar e o resultado foi ainda pior.
Um penálti à Panenka para as mãos de Oblak. Ainda por cima, Braga colocou o Rio Ave em vantagem pouco depois.

Em cima do intervalo, o FC Porto beneficiou de novo castigo máximo. Cha-Cha-Cha hesitou mas Lucho González entregou-lhe a bola, para a redenção. Desta vez, um remate em força e o golo, festejado com um pedido de desculpa aos adeptos pelo falhanço anterior. Para além disso, fez o 2-1 e garantiu o triunfo.

A questão parecia ultrapassada. Mais um jogo em casa, mais um penálti convertido por Jackson, desta vez frente ao Estoril. Porém, o trauma voltou para ficar na visita ao Marítimo. Com um empate no marcador (1-1), o colombiano apostou em novo ensaio colocado mas Salin percebeu e negou a vitória.

O goleador entrou em pânico e afastou-se. James Rodriguez falhou frente ao V. Setúbal (2-0), Lucho marcou perante Nacional da Madeira (1-3) e Paços de Ferreira (0-2).

Chegou a Danilo e nem Josué escapou

Paulo Fonseca assumiu o comando técnico dos dragões sem aumentar a confiança dos seus principais jogadores nesse capítulo. Aliás, o encontro particular com o Galatasaray foi um teste para esquecer. Jackson voltou a tentar e falhou. Lucho González fez o mesmo e deixou de assumir a responsabilidade.

A solução passava agora por Josué. O esquerdino regressou ao FC Porto e não tremeu na Liga: quatro golos em quatro castigos máximos. Porém, já não estava em campo quando a formação portista, em desvantagem, beneficiou de uma grande penalidade frente à Académica.
Cha Cha Cha e El Comandante ficaram a ver Danilo correr o risco, atirando para defesa de Ricardo.

O trauma estava de volta e em força. Nem Josué escapou. Na despedida da Liga dos Campeões, o médio perdeu o duelo com Aranzubia. 2-0 para o At. Madrid. Que futuro para os marcadores de penálties no FC Porto? Será altura para Jackson combater os seus fantasmas?

«Marcar no Estádio do Dragão foi extraordinário»

Este tema volta à ordem do dia face à proximidade da receção ao Olhanense. O FC Porto não quer nova surpresa no reencontro com a formação algarvia.

A 10 de fevereiro de 2013, o campeão nacional perdeu os únicos pontos caseiros na Liga. Tiago Targino aproveitou uma bola perdida por Alex Sandro, fugiu a Mangala e lançou a semente para um resultado positivo (1-1).

«Já tinha marcado ao FC Porto na primeira volta mas conseguir o mesmo no Estádio do Dragão foi extraordinário. O Manuel Cajuda tinha-me treinado no V. Guimarães e decidiu colocar-me como falso ponta-de-lança. Isso surpreendeu o FC Porto», recorda o extremo português, em conversa com a  Maisfutebol Total.

Os dragões chegaram ao empate por intermédio de Jackson mas não completaram a reviravolta. O colombiano falhou um castigo máximo, Vítor Pereira lançou todas as armas disponíveis no banco de suplentes mas não chegou. O jovem Tozé teve a sua única oportunidade na Liga mas perdeu espaço após três ou quatro remates para a bancada. Não mais voltou, embora continue a ser figura de destaque na equipa B.

Tiago Targino representa atualmente o AEL Limassol e torce por nova façanha do Olhanense. «Joguei lá, o meu pai também passou pelo Olhanense e por isso fico a torcer por eles. Têm de acreditar que é possível, ser unidos e aproveitar as oportunidades, se surgirem», conclui. O português estará a acompanhar o encontro a partir do Chipre: «Fui o melhor marcador do Olhanense na época passada, a par do Abdi, e vim para o AEL para lutar pelo título e alimentar o sonho de disputar a Champions. Marquei um golo importante no último jogo e estou feliz.»

FC Porto-Olhanense, 1-1 (10/02/2013)

FC PORTO : Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Lucho González, Fernando (Liedson, 76m) e João Moutinho; Izmailov (Sebá, 58m), Jackson e Varela (Tozé, 66m).

OLHANENSE: Rafael Bracalli; Luís Filipe (Nuno Piloto, 76m), Vasco Fernandes, André Micael, Maurício e Jander; Rui Duarte, Tiago Terroso e Babanco (Lucas, 66m); Tiago Targino e Evandro Brandão (David Silva, 59m).