Pepe explicou que a sua longevidade no futebol se deve a uma contínua «busca pela perfeição».

O defesa-central do FC Porto, que soma 113 internacionalizações pela seleção portuguesa, foi convidado especial na sessão «Liderando de trás» da Web Summit 2020, que decorre em formato ‘online', de hoje até sexta-feira, em que explicou alguns segredos da sua carreira.

«Fui sempre curioso ao ponto de perguntar aos meus treinadores e aos meus companheiros como poderia evoluir (...). Essa busca da perfeição permite-me estar hoje com 37 anos e renovar com o FC Porto por mais dois anos. Muito desse trabalho que fiz no início da carreira continuo a fazer até hoje», afirmou Pepe, que recordou os tempos do Real Madrid, que representou entre 2007 e 2017, para salientar que ali não «podia falhar» e foi onde adquiriu a rotina de banhos de água fria para recuperar o corpo, tal como o colega de equipa Cristiano Ronaldo.

«Eu e o Cristiano Ronaldo chegávamos às 2 horas e fazíamos água fria para recuperarmos para o jogo seguinte. Tínhamos essa rotina. Hoje já não é tanto a água fria, mas as máquinas de frio que ajudam à nossa recuperação. Se antigamente o preparador físico era o mau da fita, porque nos punha em corridas contínuas, hoje já é o maior aliado para estarmos bem no jogo», afirmou, sublinhando a sua «sorte em trabalhar com pessoas inovadoras ao longo da carreira».

Pepe salientou ainda que com o estatuto de capitão de equipa do FC Porto o «grande desafio» é o de assegurar que os companheiros «comprem a ideia do que é o clube e a mentalidade do treinador».

«É difícil manter motivados aqueles que ficam de fora. Tento passar aos meus companheiros a importância de se trabalhar e de se ter rigor e paixão em cada exercício que fazemos», disse o defesa, concordando com o estilo de liderança «muito duro» do treinador Sérgio Conceição.

Pepe recordou ainda que as videoconferências durante o confinamento provocado pela pandemia de covid-19, nas quais todos os atletas davam opiniões sobre as partidas já realizadas, ajudaram o plantel a «ter mais companheirismo» na fase final, em que o FC Porto ultrapassou o Benfica e se sagrou campeão nacional e conquistou a Taça de Portugal.