A Argentina afastou esta terça-feira o Brasil por 3-0 e garantiu a segunda presença consecutiva numa final olímpica, que jogará frente à Nigéria, como aconteceu em Atlanta 1996. Sergio Aguero foi o homem do jogo, com dois golos e uma grande penalidade arrancada ao adversário.
A presença do sogro Diego Maradona na bancada terá servido de inspiração ao argentino do Atlético Madrid, de uma eficácia extraordinária frente aos canarinhos de Dunga. Depois de uma primeira parte muito disputada, mas sem grandes oportunidades, o intervalo trouxe tudo e mais alguma coisa. Aos 52 minutos, Di María, pela esquerda, cruzou para a pequena área, onde «Kun», melhor que o brasileiro Marcelo, empurrou para o fundo das redes à guarda de Renan.
O Brasil respondeu logo a seguir (54) com um pontapé fortíssimo de Rafael Sobis, que seria defendido pelo poste direito da baliza de Romero. Era o primeiro de uma série de problemas que se seguiriam, já que, aos 58, Aguero faria o 2-0: Messi colocou na direita em Garay, este cruzou para a pequena área e «Kun» foi mais rápido que Di María a colocar o pé.
Segunda bola ao poste e duas expulsões
Dunga mexeu no onze, tirou Hernanes (Thiago Neves, 61) e Sobis (Pato, 61), a equipa ganhou novo fôlego, mas nada mais que isso. O capitão Ronaldinho esteve perto de reduzir na repetição de um livre directo, aos 64, depois de Di María ter visto o cartão amarelo por falta sobre Diego, mas não só a bola voltaria a embater no poste da baliza argentina como a recarga de Pato foi assinalada em fora-de-jogo.
Com o cronómetro cada vez mais perto do apito final, a selecção brasileira, já sem Diego em campo (Jo, 71) começava a acusar a pressão. Breno, em disputa com Aguero, fez falta sobre o argentino que, diga-se, também soube explorar a situação. O capitão Riquelme encarregou-se de converter a grande penalidade no terceiro golo a 14 minutos do fim.
Duas faltas sobre Mascherano resultaram em outras tantas expulsões para o Brasil, respectivamente Lucas (81) e Thiago Neves (84), já de cabeça perdida e... final também.
Segue-se a Nigéria como em Atlanta 1996
A Argentina pode, assim, revalidar o título quatro anos depois (a Hungria foi a última selecção a vencer o torneio olímpico de futebol duas edições seguidas, em 1968 e 1972), caso vença a Nigéria, naquela que será uma reedição da final de Atlanta 1996, então ganha pelos nigerianos por 3-2.
Para trás ficou também a surpreendente Bélgica, que eliminara nos quartos-de-final a Itália, medalha de Bronze em Atenas, ao ser goleada por 1-4. Olubayo Adefemi (17), Ogbuke Obasi (59 e 72) e Chibuzor Okonkwo (78) marcaram para a Nigéria, enquanto Laurent Ciman marcou o golo de honra já perto do final (88).
A medalha de ouro será disputada no próximo sábado, dia 23, a partir das 05h00 de Portugal continental. Na véspera terá lugar o encontro para atribuição da medalha de bronze entre a Bélgica e o Brasil, às 12h00.