A passagem de Carlos Carvalhal pelo II Congresso Internacional de Periodização Tática para falar sobre «Ideias de Jogo a Top» ficou marcada por histórias acerca da experiência acumulada no Sheffield Wednesday.

Dos ciclos infernais à posição de «manager» dos Owls, o novo treinador do Rio Ave não deixou nada por dizer. Ao lado de Alain Casanova, treinador do Toulouse, Carvalhal começou por explicar a dificuldade de ter jogar de dois em dois dias.

«Dois dias após jogar nem queria que me tocassem. Lembro-me que no Sheffield jogámos sábado e tínhamos outro jogo segunda-feira, ainda para mais contra um adversário que viu o jogo ser adiado no fim de semana. Pensei 'vai ser um massacre'. Mantive os britânicos na equipa e tirei os estrangeiros. Sofremos um golo no primeiro minuto e recordo-me de dizer ao João Mário 'estamos desgraçados'. Eles levaram um puto de um massacre, estivemos o jogo todo em cima deles. Caso não tivesse visto, não acreditava», recordou.

O português controlava praticamente tudo o que acontecia no clube como o próprio referiu: «Não havia rolo de papel higiénico comprado que eu não soubesse.» 

Carvalhal abordou ainda a carreira feita até ao momento: «Vim treinar o Rio Ave depois de estar na Premier League. Provavelmente pensavam que ia continuar no estrangeiro ou treinar outro clube. Quero ter prazer e gosto no que faço. Sou um privilegiado por ser pago para ter esta profissão. Lembro-me de estar em Wembley a disputar a subida à Premier League com o Sheffield e de pensar que dava todo o meu dinheiro para estar ali. Foi o que sempre sonhei», referiu.