«Irrecusável». Foi desta forma crua que Pinto da Costa qualificou a proposta do Manchester United pelos serviços de Anderson. Uma oferta que rondará os 31 milhões de euros, embora o F.C. Porto só vá receber 25 milhões. O restante irá para a Gestifute (empresa do empresário Jorge Mendes) e para o Grémio de Porto Alegre, pelos direitos de formação do atleta.
«No seguimento da reunião que tivemos ontem com o senhor David Gill e com o Carlos Queiroz, ficou assente que o Anderson sairia para o Manchester United», adiantou Pinto da Costa, acrescentando que o brasileiro estará esta quinta-feira em Inglaterra para cumprir os essenciais exames médicos.
O presidente do F.C. Porto fez ainda questão de demonstrar a sua «tristeza» pela saída de um dos jogadores que mais entusiasmo criou nos adeptos azuis e brancos e aproveitou para deixar algumas críticas ao próprio futebol português.
«Infelizmente fez poucos jogos com a nossa camisola. Mas tenho a certeza que em Inglaterra será mais feliz, pois lá o futebol é viril mas não maldoso», exclamou Pinto da Costa, enquanto prosseguia o seu raciocínio. «Ele vai encontrar um treinador e um ambiente magníficos. Que não se deslumbre, tal como o Cristiano não se deslumbrou, é o que lhe desejo».
depois, palavras acintosas sobre a passagem do brasileiro pelo nosso país. «O Anderson acabou por não se tornar um titular indiscutível porque não o deixaram. A lesão que sofreu diante do Benfica afastou-o meses a fio. E se bem se recordam, tudo aconteceu num lance considerado normal pelo árbitro Lucílio Batista e pela Comissão Disciplinar da Liga».
«É impossível segurar jogadores como Anderson», diz Pinto da Costa
A saída de Anderson deixou os adeptos do F.C. Porto naturalmente surpreendidos. Quando os holofotes de uma possível venda apontavam para Pepe, Lucho e Quaresma, acabou por ser o jovem prodígio o primeiro a rechear os cofres dos dragões. Mas Pinto da Costa garante que o futuro desportivo do clube não fica limitado com a perda deste grande valor.
«Os nossos simpatizantes têm que ter esperanças em todos os outros. E se, por acaso, na próxima época tivermos algum problema e as coisas correrem mal, não podemos pensar que foi por não termos o Anderson. Ele seria sempre uma mais-valia, admito isso, mas não é por não o termos que ficaremos mais fracos».
Pinto da Costa fez ainda questão dizer que é «impossível segurar» jogadores como Anderson no campeonato português. «Basta comparar os cachets televisivos e os lucros de sponsorização dos clubes ingleses e portugueses. Apenas estamos lado a lado com eles nos impostos que pagamos», desabafou o presidente do F.C. Porto.