A arrancada, o ressalto feliz na perna de Oceano e o carrinho desesperado de Hélder. O maldito chapéu, perfeito, a sobrevoar Vítor Baía e a convidar Portugal a sair precocemente do Euro96. Uma imagem clássica, aterradora, no historial da Seleção Nacional.
Karel Poborsky, o carrasco, fala ao
Maisfutebol 16 anos depois desse jogo. Sorri antes de recordar «o melhor golo» da carreira e envia uma mensagem especial à principal vítima do seu golpe de génio.
«O Vítor Baía ainda deve estar zangado comigo. Envio-lhe um abraço», afirma o ex-internacional checo, jogador do Benfica entre 1998 e 2001. «Fiquei famoso às custas desse golo a Portugal e fui para o Manchester United».
Poborsky em exclusivo: «A Alemanha seria pior do que Portugal»
Tudo «instinto», tudo «inspiração». O lance, visto e revisto, não tem outra explicação para Karel Poborsky.
«Saiu perfeito. Às vezes pensámos na melhor jogada e não temos capacidade para executá-la. Ali não. Meti o pé por baixo da bola e o arco saiu como eu projetei. Foi lindo, não foi?»
Quinta-feira, em Varsóvia, Portugal terá uma oportunidade singular para servir [mais uma vez] a vingança (3-1 no Euro2008).
Poborsky estará atento, a torcer naturalmente pela Rep. Checa e a pedir «uma vitória simples».
«Não espero um golo tão bom como o meu», dispara, antes de uma gargalhada. «É suficiente um golo com as costas e, se possível, aos 90+5 minutos para não permitir que Portugal recupere. Ou então que esteja 4-0 ao intervalo para eu não sofrer. Mas isso não vai acontecer».
Karel Poborsky, 40 anos, é atualmente o presidente do Ceske Budejovice, o clube que o viu nascer para o futebol. Jogou ainda no Viktoria Zizkov, Slavia Praga, Manchester United, Benfica, Lazio e Sparta Praga.
Pela seleção fez 118 jogos e oito golos. «Nenhum outro se aproximou daquele que marquei ao Baía. Ele ainda deve estar aborrecido comigo», insiste o inesquecível Poborsky.
O chapéu de Poborsky a Baía:
Seleção
20 jun 2012, 01:00
Poborsky ao Maisfutebol: «O Baía ainda deve estar chateado comigo»
A recordação na primeira pessoa do genial chapéu no Euro96. «Fiquei famoso às custas desse golo a Portugal»
enviado-especial à Polónia e Ucrânia
A recordação na primeira pessoa do genial chapéu no Euro96. «Fiquei famoso às custas desse golo a Portugal»
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