Apresentou o seu pé direito a Portugal em pleno Euro 96. Convenceu o Manchester United a apostar nele, mas, ano e meio depois, o destino voltava a cruzar-se com o país que afastou do torneio inglês. Pela mão do Benfica, aterra em Lisboa para reforçar o plantel de Graeme Souness.

O escocês não perde tempo e lança o checo logo na primeira oportunidade. Palco? Estádio das Antas, no mítico Clássico que o F.C. Porto vence por 2-0, mas que todos lembram pela confusão entre João Vieira Pinto e Paulinho Santos. O Benfica estreia três reforços no onze: Kaudaurov, Luís Carlos e, claro está, Poborsky. O jogo não deixou boas memórias, mas, depois, ninguém duvida que foi o checo quem mais brilhou.

Fez mais duas épocas completas. Saiu a meio da terceira, para a Lazio, o clube da moda na altura. Depois de Souness conheceu Jupp Heynkess, José Mourinho e, por pouco tempo, Toni. Imprescindível para todos. Também por isso, hoje não tem dúvidas quando fala do clube da Luz.

«Os anos que passei em Lisboa foram os melhores da minha carreira. Não apenas por causa do futebol, mas pela própria vida que tinha em Lisboa. Foram três anos fantásticos e ainda hoje tenho saudades», admite Poborsky, em conversa com o Maisfutebol.

Ao todo fez 95 jogos pelo Benfica e marcou 17 golos. Os benfiquistas não o esqueceram e Poborsky também não esquece o Benfica. «Tenho ainda muito vivas as memórias sobre o Benfica. Continuo adepto do clube e tento seguir os resultados, mas não vejo muitos jogos, só na Liga dos Campeões», explica.

«Saí porque foi bom para todos e também queria experimentar outros campeonatos antes que fosse muito tarde», continua.

De Portugal guarda apenas uma má recordação. Um falha no currículo. «A única coisa que não correu bem foi o facto de não ter conseguido ganhar a Liga portuguesa», lembra.

«Tínhamos uma boa equipa e, com um pouco mais de sorte, podíamos ter sido campeões. Mas, apesar disso, só tenho memórias fantásticas do Benfica», garante.

Do Benfica, Poborsky passou para a Lazio, onde esteve dois anos antes de voltar à República Checa, para jogar no Sparta de Praga. Hoje, já não tem a longa cabeleira loira, que era uma espécie de imagem de marca, mas continua ligado ao futebol. É presidente do Dínamo Ceske Budejovice, um clube da I Divisão checa, da cidade homónima, onde iniciou a carreira e pendurou as chuteiras, em 2007. E continua com o Benfica no coração.

Recorde alguns grandes golos de Karel Poborsky: