Ney Franco, demitido há um mês do cargo de treinador do São Paulo criticou o capitão da equipa, o carismático guarda-redes Rogério Ceni, e disse que Paulo Henrique Ganso foi «queimado» no clube.

Em entrevista ao jornal O Globo, o antecessor de Autuori analisou a sua passagem pelo clube do Morumbi.

Segundo Ney, Ceni «extrapolou o limite» de um jogador no clube. «Ele até participa da vida política do clube, há uma disputa por seu apoio político. Ele tem consciência do que representa», disse o treinador.

«Não tive nele o capitão de que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso», afirmou Ney, que ficou um ano no São Paulo e foi demitido após a derrota para o Corinthians na primeira partida da final da Supertaça sul-americana, em julho.

Foi durante a sua gestão que o São Paulo contratou Paulo Henrique Ganso ao Santos. E Ney considera que Ganso tem sido prejudicado: «Ganso chegou num ambiente... Percebeu claramente as coisas. Chegou ao ouvido dele. Havia uma fritura por trás e pode atrapalhar. Nos corredores, era o que se escutava, que quando Ganso jogava o time tinha um jogador a menos», disse o técnico.

«Se está bom para o Rogério, este profissional vai bem. Se não, se chega um profissional que ele não concorda, a tendência é ser minado. E nos dois últimos meses de trabalho eu sabia que havia interesse de parte do grupo na minha saída. Depois, Rogério disse que meu legado no clube foi zero. Antes de trabalhar no São Paulo, vários jogadores da base do clube se valorizaram comigo na seleção. Quando cheguei, Jádson e Osvaldo cresceram. O Lucas teve um boom e foi negociado. E subi jogadores. Além de termos ganho a Copa Sul-Americana no fim de 2012», afirmou Ney Franco.