Os especialistas não têm dúvidas: foi mesmo golo. A bola entrou na baliza do Sporting e passou a linha por acção directa de Renato. Os leões venciam por 1-0, seria o empate do U. Leiria. «Há total desconcentração do auxiliar e indecisão do árbitro», defende Jorge Coroado, ex-árbitro internacional, comentador da TVI. «O árbitro [Augusto Duarte] tinha a obrigação de chamar o assistente [António Neiva] e dizer-lhe que a colocação não era a melhor. Numa jogada daquelas, o auxiliar tinha a obrigação de acompanhar o lance até à linha de fundo e não ficar a três metros da linha como aconteceu», defende este especialista.
António Garrido, ex-árbitro internacional, tem a mesma opinião, considera que «a bola entrou» e o árbitro Augusto Duarte «também tem culpas pela posição em que se encontra», ou seja, perfeitamente enquadrado e no enfiamento do lance, logo «podia ter visto» que a bola passou a linha de golo: «Depois não é um lance rápido. Há uma primeira defesa do Ricardo, depois surge o remate do jogador do U. Leiria e o Ricardo, nessa altura, já está nitidamente dentro da baliza. Creio até que defende a bola sem convicção, pensando que seria golo».
A única forma de evitar situações como esta é haver mais «atenção, concentração e decisão» por parte dos árbitros e dos auxiliares, considera Jorge Coroado, que defende a colocação de chips na bola, «que podem ajudar», mas «os homens não podem estar à espera dos meios tecnológicos». Esta opinião também é partilhada por António Garrido, pois só assim se pode «melhorar o futebol e não haver casos como houve neste jogo». Mas Coroado volta a recordar que o árbitro Augusto Duarte «devia ter visto» que a bola entrou na baliza, pois também «tem a obrigação de acompanhar a jogada».
Luís Guilherme, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, não teceu comentários sobre o lance. Contactado pelo Maisfutebol disse que não estava a ver o Sporting-U. Leiria. «Mas se tivesse a ver o jogo também só iria falar na terça-feira, dia em que costumo fazer declarações à Imprensa».