Paulo Gomes, secretário-geral-adjunto do Gabinete Coordenador de Segurança, admitiu esta quarta-feira que a falta de regularização das claques dos clubes de futebol tem dificultado a acção das forças policiais.
«Em certa medida tem prejudicado, porque o registo tem o objectivo de termos a noção de quem são as pessoas, de quem são os responsáveis. Há um registo oficial e as pessoas podem ser mais facilmente responsabilizadas pela actuação daquele grupo que elas dirigem. A regularização torna mais transparente quem são verdadeiramente os líderes dessas claques e responsabiliza-os mais. Responsabiliza também os clubes que os apoiem. Nesse sentido, facilitará a relação entre polícia e os líderes das claques¿, considerou. É um trabalho que está a ser desenvolvido com a participação do Conselho Nacional contra a Violência no Desporto», afirmou o intendente da PSP Paulo Gomes, citado pela agência Lusa, destacando ainda esperar que «essa mensagem sobre a importância das claques serem legalizadas passe».
Paulo Gomes considera que «o futebol funciona como pretexto para determinados indivíduos ou pequenos grupos extravasarem a sua violência e a sua agressividade». «Muitos dos casos não estão relacionados directamente com o fenómeno do futebol. São indivíduos que têm comportamento criminoso, têm cadastro e depois utilizam este palco para desenvolverem actividades violentas», considerou.
Na reunião «Think Tank», que decorre em Lisboa de 11 a 14 deste mês, os peritos policiais europeus falaram da importância de continuar a luta contra a violência no futebol e das «boas práticas e as lições aprendidas por Portugal e o contributo que Portugal pode dar na sequência do Euro2004».