O Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP-PSP) criticou o presidente da Liga pelas declarações a seguir aos incidentes no V. Guimarães B-Sp. Braga B. Mário Figueiredo «não sabe do que fala» quando diz que seriam suficientes 30 agentes, defende o organismo em comunicado.

«O SPP quer desde já deixar claro que as forças de segurança são as únicas que têm formação adequada para garantir a segurança pública. As empresas contratadas pelos clubes são, de acordo com a lei, um complemento das autoridades e não os seus substitutos», começa o sindicato, referindo-se depois às declarações de Mário Figueiredo a dizer que «não cumpre aos clubes financiar, com pagamentos de horas extraordinárias, um número exorbitante de forças de segurança pública» e que «não podemos ter 150 polícias nos estádios quando 30 são suficientes». «É o exagero do número de polícias afetos aos jogos que tem compelido alguns clubes, talvez com maiores dificuldades financeiras, a abdicar do policiamento», defendia o dirigente.

Para o SPP, «o presidente da Liga está claramente fora da realidade» e «um jogo entre o Braga e o Guimarães, infelizmente, é sempre um jogo de alto risco por razões históricas de rivalidade. «Mesmo com mil adeptos presentes, 30 polícias serviriam para quê? Vigiar as portas de entrada, auxiliar nas revistas, zelar pela segurança da equipa de arbitragem, dos jogadores, dos dirigentes e dos adeptos visitados e visitantes, faz-se com esses elementos? Pura demagogia de quem, certamente, não sabe do que fala», dizem os polícias, acrescentando que se está a falar «de um policiamento pago ao preço da chuva» e que «os polícias requisitados para fazer a segurança aos eventos desportivos são aqueles que menos ganham entre todos os intervenientes»: «Enquanto um polícia ganha 38 euros por quatro horas de serviço, os restantes intervenientes (árbitros, técnicos e os desportistas) ganham centenas, para não dizermos milhares de euros, em apenas 90 minutos.»

A concluir, o sindicato defende que «pensar que se vai desviar meios da via pública para policiar de graça eventos de caráter particular que geram chorudos lucros é querer prejudicar todos os restantes cidadãos».