O «Correio da Manhã» avança que entre os cerca de 1,25 milhões de eleitores-fantasma no país estão pessoas que já faleceram e ainda não foram eliminadas nas listas das freguesias. Aos falecidos somam-se emigrantes que mantêm o local de voto em Portugal apesar de se encontrarem no estrangeiro.
As contas do «Correio da Manhã», com base no Instituto Nacional de Estatística (INE), foram feitas por Jorge de Sá, director da Aximage. O responsável explica que, se aos 10,6 milhões de cidadãos residentes, dos dados do INE, se retirarem os menores de 18 anos, que não podem votar, e dois terços dos estrangeiros em Portugal, que não têm direito de voto (290 mil), chega-se a um total de 8,37 milhões de eleitores. A listagem total das freguesias aponta para 9,62 milhões. A diferença revela que há 1,25 milhões de eleitores-fantasma no país.
Uma diferença de números que, para o «Correio da Manhã», tem uma implicação directa nos resultados das últimas presidenciais: se tivermos em atenção apenas o universo real de eleitores, a taxa de abstenção das eleições de 23 de Janeiro desce para 46,4%.
Na mesma linha, o «i» também destaca que os números ganham contornos diferentes quando se fazem contas aos resultados das presidenciais. O jornal sublinha que são mais os eleitores-mistério do que o número de votos alcançados pelo candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda, Manuel Alegre.
De acordo com as contas feitas pelo «i», existem pouco mais de 8,54 milhões de portugueses com idade superior a 18 anos. Descontando emigrantes registados, há ainda cerca de 879 mil eleitores, dos 9,6 milhões que estavam inscritos na base de dados do recenseamento eleitoral, de que não se conhece o paradeiro. Eleitores-mistério que acabaram por contar para os números finais da abstenção das eleições presidenciais de domingo.
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