O presidente do Conselho de Arbitragem, Vítor Pereira, explicou que as nomeações para a jornada 25 não foram divulgadas para não acontecer o que tinha acontecido na jornada anterior, em que «mal foram reveladas começaram as ameaças e as críticas». O Conselho de Arbitragem não quer os árbitros «coagidos e com medo, enquanto pessoas».

Vítor Pereira falou, nesta quinta-feira, à margem das Jornadas de Direito e Desporto, na Universidade Lusíada em Lisboa, e lembrou que continua sobre a mesa a hipótese de paragem dos juízes. Apelou por isso à contenção sobre o tema: «Os árbitros precisam de tranquilidade. Se querem competição normalizada e de qualidade têm de garantir isso. Com este clima de crispação isso não acontece.»

«O que está a acontecer é grave e preocupante e não dá tranquilidade e paz de espírito para que os árbitros entrem em campo com a plenitude das suas capacidades e à altura das expectativas», afirmou. «Exigem que sejam infalíveis, mas nada neste mundo é infalível. É preciso perceber isso. Eles não se preocupam com as críticas ao seu trabalho, estão preparados e lidam bem com isso, mas não estão preparados para ser atacados na sua honorabilidade e para que as suas famílias sejam ameaçadas», acrescentou.

A competição pode assim parar porque, caso não haja contenção e tranquilidade, e se for necessário avançar para uma greve, «não virão árbitros de outras Federações, nem Ligas». «Os árbitros não virão se souberem porque é que os nossos árbitros pararam. Já aconteceu várias vezes em vários outros países. Os nossos árbitros já não foram quando foram convidados, sobretudo por esta razão», justificou.

(Artigo atualizado)