Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, em conferência de imprensa, após a derrota por 1-2 frente ao Sporting de Braga, em jogo da 13.ª jornada da Liga:

[Qual é o balanço deste jogo?]

«O sentimento é de desilusão e orgulho. Pondo na balança as realidades dos dois clubes, dos dois plantéis, batermo-nos desta forma, com um dos candidatos ao título, deve deixar-nos orgulhosos. Apesar da grande prestação da equipa, não podemos estar felizes com o resultado e com as incidências em alguns momentos. Na primeira parte, a qualidade do Sp. Braga a trocar a bola foi de altíssimo nível. Nós trabalhámos muito e saímos com muito perigo umas quatro, cinco vezes. Uma delas resultou em golo, com a equipa a mostrar personalidade com bola, com uma nuance tática que trabalhámos e que resultou, além das duas excelentes intervenções do Nakamura.

«Na segunda parte, entrámos fortíssimos. O Braga estava incomodado e o penálti caído do céu deu-lhes a tranquilidade e confiança que não estavam a ter até então. Fomos à procura e surge um segundo golo [do Braga], para mim precedido de falta sobre as costas do Ricardo. Continuámos à procura e tivemos uma grande penalidade em que não percebo como se demorou tanto tempo a decidir. A bola ia em direção à baliza quando bate na mão do Paulo Oliveira. Há um lance em que me parece que o Seck é tirado da bola, com o Fabiano a ir ao corpo. Pareceu-me merecedor de análise. Foi pena termos desperdiçado o penálti para levarmos um ponto que era mais do que merecido por tudo o que a equipa fez.

[Como interpreta as decisões do VAR no jogo?]

Fiquei com a sessão de que o árbitro tinha assinalado a falta sobre o Ricardo Matos. Acho que é um lance que devia ter sido analisado de outra maneira porque o Vitinha tem a mão em cima das costas do Ricardo, não o deixando saltar. Mesmo não se servindo da mão para se impulsionar, ela está lá e não deixa o Ricardo atacar a bola, na minha opinião. Tirando esses dois lances, acho que o Tiago Martins contribuiu com uma grande arbitragem para que o jogo tivesse a qualidade que teve, não apitando faltas e faltinhas. Ainda assim, acho que naqueles dois lances saímos penalizados».

[Foi este um dos melhores jogos do Portimonense esta época?]

Foi um jogo muito competente. Obviamente que o adversário valoriza muito a prestação. Já tivemos outros jogos em que tivemos muitas situações de golo, até mais claras, e perdemos, mas, em função do que é o valor do adversário, com grandes executantes, além do excelente trabalho que o Artur está a fazer, o resultado deixa-nos um amargo de boca. Mereceríamos ter tirado mais do jogo. Os próprios números da estatística indicam-no, mas vamos ter de andar para a frente. Um grupo com esta juventude toda, o que se tem feito aqui até tem sido pouco valorizado, com jogadores dos sub-23, jogadores dos campeonatos secundários... e isso enche-nos de orgulho.

[Como será o trabalho durante a paragem do Mundial?]

Para mim, não há paragem. Vamos já jogar sábado, com o Nacional da Madeira, para a Taça da Liga. A nossa semana será absolutamente igual às anteriores. O trabalho será o mesmo. Mais à frente haverá, sim, dúvidas: é possível que façamos algum jogo de treino. Estamos em contacto com uma equipa estrangeira que vai estar cá e nos pediu para fazer um jogo de treino e, portanto, o trabalho continua. Não estou a ver que haja uma grande alteração naquilo que é o nosso dia a dia.

[Prestação de Ouattara que jogou a extremo]

É um lateral direito de raiz, mas, dada a escassez de extremos, temo-lo adaptado e tem dado muito bem conta do recado. A nuance tática de que falei era, no fundo, empurrar o jogo do Braga para o lado esquerdo e o Anderson, que vinha da pressão ao central, vinha apanhar o Al Musrati e permitia ao Paulo Estrela controlar as investidas do Iuri Medeiros, ficando o Seck de olho se tinha Iuri ou Fabiano por fora.»