O optimismo popular não abunda em torno desta seleção. Os resultados recentes, aliados à dificuldade do Grupo B e ao momento de crise financeira no país, tiram o sorriso do rosto dos portugueses. Ainda assim, sobram motivos para ter orgulho em Portugal.

Os números têm um peso relativo. Por um lado, é certo que a seleção acumulou um número sofrível de triunfos com adversários de topo desde 2006. Por outro, importa salientar a apetência para fases finais de Campeonatos da Europa.

Portugal vs Top 10: seis anos, três vitórias

Portugal nunca ficou na fase de grupos

Em Europeus, a seleção nacional apresenta-se como especialista camufladada. O dado tem merecido pouco relevo mas, de facto, Portugal é o único país com um desempenho tremendamente eficaz em fases de grupos de Europeus. Aliás, nunca ficou por essa fase. Cinco Europeus, cinco grupos ultrapassados. Quando chegou à fase final da competição, nunca falhou nessa fase. A Hungria, entre 1964 e 1972, conseguiu o mesmo registo. Contudo, não mais voltou.

O grupo mais difícil de sempre?

Nesta altura, o leitor dirá que Portugal tem um grupo difícil pela frente. Aliás, até esta quarta-feira, era designado como o emparelhamento mais equilibrado de sempre. Tendo em conta o Ranking da FIFA, Alemanha (2º), Holanda (4º), Portugal (5º) e Dinamarca (10º) prometiam uma disputa sem paralelo na história da competição. A atualização do ranking baixou a fasquia. Ainda assim, ficam as palavras de Rui Costa como incentivo. «Este grupo faz lembrar o de 2000. Ganhámos o grupo com três vitórias e a Roménia apurou-se em segundo lugar. Alemanha e Inglaterra ficaram pelo caminho.»

Tendência para acabar no primeiro lugar

Portugal participou em cinco europeus e passou sempre à fase seguinte. Para além disso, só por uma vez falhou o primeiro lugar do seu grupo. Em 1984, a seleção terminou com os mesmos quatro pontos que a Espanha, com o país vizinho a marcar mais um golo e, como tal, a garantir o primeiro lugar. Em 1996, conseguiu 7 pontos (à frente da Cróácia), em 2000 fez 9 pontos (à frente da Roménia), em 2004 garantiu 6 pontos (à frente da Grécia) e em 2008 contabilizou 6 ponto (tantos como a Turquia e melhor goal average).

Paulo Bento tem o terceiro melhor registo

Se gosta dos jogadores mas acha que o problema está em Paulo Bento, pense duas vezes. O atual selecionador tem o terceiro melhor registo na história da equipa lusa. Desde que assumiu o cargo, Bento venceu 9 dos 14 encontros realizados (65 por cento de percentagem de vitórias), sendo apenas superado por Humberto Coelho (66,67 por cento de vitórias entre 1997 e 2000) e a dupla Manuel Afonso/Otto Glória (75 por cento de vitórias, de 1964 a 1966).

Segunda melhor percentagem de vitórias em Europeus

Primeiro, a má notícia. Portugal tem a segunda melhor percentagem de vitórias em fases finais de Europeus mas o primeiro classificado está no nosso grupo. A Holanda garantiu 17 vitórias em 32 jogos disputados na história dos Campeonatos da Europa (53,1 por cento). Contudo, Portugal surge logo atrás, com 12 triunfos em 23 jogos (52,2%). O desempenho nas fases de grupos contribuiu para este número, permitindo que a nossa seleção fique à frente de outros países credenciados como Alemanha (50%), França (50%), Espanha (43,3%), Itália (40,7%) e Inglaterra (apenas 30,4%).

Terceira melhor percentagem de golos marcados

A falta de pontas-de-lança de nível mundial é frequentemente apontada como um dos grandes problemas de Portugal. Contudo, a seleção nacional tem a terceira melhor percentagem de golos marcados em fases finais de Europeus. A Holanda marcou 1,71 golos por jogo, a França tem uma média de 1,64 golos e Portugal surge com 1,47 golos. Mais atrás surgem Alemanha (1,45), Inglaterra (1,35), Espanha (1,27) e Itália (apenas um golo por jogo).